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É possível para separar o homem da obra?

Paulo César de Oliveira
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Richard Wagner não foi “apropriado” pelo nazismo, ele já era antissemita ferrenho, escreveu textos odiosos, seduziu o rei da Baviera em troca da construção de um teatro só seu, Bayreuth. Como um tipo desses revolucionou a ópera e escreveu obras-primas como Tristão e Isolda e O Anel do Nibelungo? Em seu livro Monsters: a Fan’s Dilemma, recém-lançado, a escritora norte-americana Claire Dederer (foto/reprodução internet) descreve sucintamente os desvios de conduta e crimes mesmo de gênios das artes. O que torna o livro surpreendente é que ela desloca a pergunta para nós, o público, que temos uma relação de amor-e-ódio com Polanski, Woody Allen, Wagner, Picasso e Johnny Depp, entre tantos outros “monstros”.

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