Que há espertalhões ganhando dinheiro, e muito dinheiro, com este pânico provocado pelo coronavírus mundo afora, não há como negar. Espertalhões existem por todos os lugares, sabem muito bem como explorar as oportunidades, e não se importam em espalhar o caos, desde que isto represente faturamento. Mas pior do que os espertalhões que são poucos e agem sorrateiramente, são os irresponsáveis que assumem o papel de Deus, e ficam a vomitar besteiras, a dizer que a pandemia “não é tudo isto” e que há mais alarme do que realidade. Ou pior, que abusam da ingenuidade dos inocentes úteis para dizer que o coronavírus, não é tão perigoso assim e que “o Satanás e a imprensa” é que ficam espalhando o pânico, como em vídeo nas redes sociais, afirmou o proprietário de uma igreja. Os espertalhões ganham dinheiro. Mas e os irresponsáveis ganham o quê, usando os seus cargos ou as redes sociais para minorar um problema que assusta mundo inteiro, causando pânico em países mais desenvolvidos e disciplinados e mortes nos países mais pobres? Os que propagam que o vírus que colocou o mundo de joelhos não representa perigo mais sério ao povo, deveriam vir a público e compartilhar com a população acuada, as informações secretas de que dispõem. Ir para as ruas desafiando as orientações técnicas, como fizeram alguns milhares pelo país, em número infinitamente inferior ao que imaginavam os organizadores das manifestações, é apenas um ato de irresponsabilidade. Mais, é um ato de desprezo com o próprio governo que dizem defender, que vem anunciando através de seus membros mais sensatos, medidas para conter o avanço da pandemia e, o que seria ato supremo da insanidade, investindo bilhões para conter as perversidades do Satanás e dos desvairados da mídia. Se não há problemas, porque tantas medidas, ministro Mandetta? Aliás, porque permanecer no cargo?
