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Governo aposta em obras de infraestrutura

Os empresários do setor da construção pesada ficaram otimista após ouvirem o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, na live do Conexão Empresarial, evento promovido pela VB Comunicação. O presidente do Sindicato da Construção Pesada (Sicepot) e Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações de classe em Infraestrutura (Brasinfra), Emir Cadar Filho (foto), acredita na proposta do governo e para ele, é com investimentos na infraestrutura que o país sairá mais rápido dessa crise.

 

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, apresentou uma série de ações que governo pretende fazer após a pandemia da covid 19. O setor da construção pesada está otimista?

Eu acredito demais que esse governo vai retomar o rumo da economia e acho que está no caminho certo. Considero o ministro uma pessoa muito preparada e esperamos que as coisas aconteçam na velocidade em que ele está falando. O que não deixa de provar que a infraestrutura é mesmo a saída para a crise. Nós temos que acreditar nisso e precisamos investir nisso.

 

Há muitas dúvidas em relação, por exemplo, ao modelo de concessão da BR-381. O que precisa ser mudado?

Não é que precise ser mudado. Somente sinalizar que por duas vezes não houve licitante porque o modelo não é atrativo para a iniciativa privada, por causa de problemas já conhecidos, relacionados ao meio ambiente e as desapropriações. Eu só quero alertar para que seja feita uma divisão do risco para que apareçam os interessados e a obra da BR-381 seja licitada, completando os lotes que faltam. O ministro deixou bem claro no Conexão Empresarial, que está conversando com o mercado para ter um produto mais atrativo. Um investimento de R$ 14 bilhões, como ele mesmo disse, não é para qualquer um. Tenho certeza que ele vai conseguir equacionar isso, porque ele é muito competente.

 

Essa obra está se arrastando há anos. Qual é o maior problema que as empreiteiras encontram?

Como o ministro mesmo disse, a BR-381 é a obra mais complicada do Brasil. Ela tem uma parte muito urbana, tem um traçado muito complicado com túneis, viadutos e por isso é uma obra muito cara. É realmente uma obra difícil. Das outras vezes uma empresa que venceu a licitação não conseguiu fazer os trechos que ela tinha ganho. Ela está voltando, agora no novo modelo de concessão, não é PPP. É 100% recurso da iniciativa privada e assim que completar as obras, a empresa volta com 100% da iniciativa privada e esperamos que aí sim saia do papel. É preciso tomar cuidado com qual será a segurança jurídica e ambiental.

 

Os R$ 30 bilhões anunciados pelo ministro para obras?

É um valor expressivo. Não adianta o orçamento do Dnit, da parte federal. De R$ 8 bilhões já vai para R$ 14 bilhões e se falar que vai ser R$30 bilhões ou R$ 50 bilhões não adianta, se não tem projeto para tudo, então é hora de se pensar e ter mais projetos para a hora em que precisarmos, termos sempre um projeto novo, atualizado, investir muito nos projetos. A infraestrutura gera empregos, e isso se comprovou que a visão do governo para não ter desemprego e a retomada do crescimento passa pela infraestrutura. Gostaria muito que o governo federal abrisse uma linha de crédito exclusiva para os estados, que estão com problemas de caixa por causa da arrecadação e é uma sugestão que gostaria de fazer para que os estados possam fazer suas obras importantes, não só as federais e esse é o momento certo para isso.

Na conversa com o ministro Tarcísio Freitas falou-se inclusive da possibilidade de o governo ser o garantidor nas PPPs para incentivar a participação da iniciativa privada para dar mais segurança a essas obras?

O problema das PPPs é justamente pelo fato dos estados não terem como fazer a contrapartida. A PPP necessita de um dinheiro público e o governo está com um projeto onde ele só busca o privado. Apoio muito as PPPs, mas o grande problema é em relação a segurança jurídica para que o projeto saia do papel.

 

Existe mesmo investidor com toda essa crise?

Acho que no mundo tem muito dinheiro para ser investido e a infraestrutura é muito segura não existe um caso no Brasil de rompimento de contrato. Os contratos são cumpridos e teremos interessados com o mesmo apetite de antes.

 

Qual a situação da construção pesada antes, agora na crise e a expectativa para depois?

O setor continua. Caiu um pouso o número de serviços, como todos os setores diminuíram. Não diminuímos tanto porque trabalhamos ao ar livre e este já é um setor que não tem aglomeração. As obras já são um isolamento social. Estamos tomando todo os cuidados, com o fornecimento de máscaras, álcool gel. Mas esperamos sair fortalecidos. Estamos passando por isso aí com todo o cuidado e esperamos realmente que acelere ainda mais a realização de obras e uma expectativa de anos melhores pós pandemia, pela necessidade de gerar empregos nas faixas mais baixas da população e evitar que aconteça uma crise social.

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