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Líder coloca 58 anos de experiência a serviço da segurança

Paulo César de Oliveira
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Pioneira na aviação executiva, a Líder Aviação chega aos seus 58 anos como a maior empresa da América Latina e talvez a única do mundo a prestar serviços que vão desde a operação de helicópteros e aviões, a manutenção de aeronaves e treinamento de pilotos. O responsável por tudo isto é o comandante José Afonso Assumpção (foto), que desde o dia 12 de novembro de 1958, quando a Líder Taxi Aéreo foi fundada, até os dias atuais, tem, além da visão empresarial, a preocupação de prestar um serviço seguro. E é a segurança o foco das comemorações nesta fase da empresa, como fala o comandante.

 

A Líder está comemorando os seus 58 anos pensando na segurança?

A líder Aviação completa 58 anos, lançou uma campanha de segurança de voo. Isso devido a sequência de acidentes aéreos, não envolvendo nossos aviões, mas de outras empresas. A parte de segurança da Líder é muito boa e por isso decidimos entrar nesse assunto. A parte das empresas de taxi aéreo que são sindicalizadas- que é um trabalho que nós fizemos de unir as empresas para melhorar todas elas -, essas empresas também estão com um índice de segurança muito grande. Mas essa aviação com aeronaves particulares, seja de empresa, seja de pessoa física, é muito mais livre e não tem os controles de uma empresa de transporte público, como é a linha aérea, o taxi aéreo e as exigências que tem.

 

São regras diferentes de segurança?

Um avião particular não segue as mesmas normas. E tivemos aí uma sequência de acidentes nos últimos quatro, cinco anos, alguns terríveis e que causaram a morte de famílias inteiras. São acidentes quase que inexplicáveis, porque foram com aviões novos e os pilotes eram experientes. Foi o que aconteceu com o ex-presidente da Vale, Roger Agnelli, o mesmo com o acidente com o governador Eduardo Campos, o piloto saiu do Rio para Santos, que fica 20 minutos de jato, com o aeroporto de Santos fechados. Nós não saímos em uma situação assim. Você tem comunicação, e lá tem uma torre, que é a FAB que opera o aeroporto. Nesse caso, você espera o aeroporto abrir e vai. Se fosse muito longe, você poderia falar, até lá melhora. Mas aquele acidente é inexplicável. Foi um mergulho dentro da cidade e por sorte não morreram muitas pessoas. Nessa campanha de segurança nós colocamos a nossa experiência. Se a pessoa tiver um avião e quiser saber quais são os procedimentos corretos, para a segurança em todos os pontos nós vamos mostrar a ela como se faz. Não é só ter um avião novo, é o treinamento de pilotos, a manutenção, com treinamento de pessoal de manutenção e ter o controle de todo o sistema. As empresas de taxi aéreo têm esse controle e podemos estender aos donos desses aviões particulares, se eles quiserem, as informações e a experiência que nós temos.

 

Essa campanha é para permitir que esses donos de aviões particulares tenham acesso a essas informações e serviços?

Sim, mas não é só o caso da Líder. Outras empresas de taxi aéreo também têm essas mesmas condições e também estão entrando nesta campanha. Nós somos homologados pelo FAA, que é o órgão americano de segurança de voo. Na Líder, nós trabalhamos excedendo as exigências do FAA. Por exemplo: tem jatos que podem operar em 900 metros de pista legalmente. Mas nós não apelamos. Para nós, se não tiver no mínimo 1.200 metros nós não vamos. Isso porque nós queremos ter uma margem de segurança bem maior. Não fazemos operação crítica. Tem jatos nos Estados Unidos que podem voar com um piloto só. Nós, em todas as operações, só operamos com dois pilotos. A maioria desses acidentes aconteceram por perda de controle de voo. Os acidentes que aconteceram, em sua, maioria não foi por pane no avião, foi porque o piloto estava fazendo alguma coisa e colocou o avião no chão.

 

Como foi manter-se no mercado nesses 58 anos da Líder?

Nós começamos com monomotor Já pilotei muito monomotor e nunca tive problema, depois passamos para bimotores. Com 10 anos de Líder trouxemos o primeiro jato. Na nossa frota hoje nós temos próximo de 50 helicópteros e 25 jatos de turbo hélice. Além dos nossos aviões, nós temos aviões que são gerenciados por nós. O proprietário nos entrega o avião e nós arrumamos o piloto, cuidamos da manutenção e alguns, quando não precisam do avião, nos permitem fretar a aeronave. É a maior frota do Brasil e uma empresa completa como a Líder, que atende a todas as áreas da aviação geral, é muito difícil. Não conheço nos Estados Unidos uma empresa como a Líder, que tem de tudo. Lá tem grandes empresas de taxi aéreo com jatos, tem, por exemplo, a Net Jat, que é gigante e só trabalha com jatos. Tem uma empresa de helicópteros, que é muito grande e é nossa sócia aqui na Líder, mas que só trabalha com helicópteros. Uma empresa que tenha o serviço completo, com operação, manutenção, venda, atendimento e todo serviço de aviação em geral é muito difícil.

 

O senhor trabalha com a expansão da frota?

Para voltarmos a crescer é só o país voltar a crescer também. Ninguém freta um avião para passear. Atendemos mais aos casos de urgência e emergência. Temos ambulância aérea, que faz o serviço de emergência. Nós temos tentado um serviço de venda compartilhada de aeronaves, de horas de voo, de compra antecipada um volume de horas de voo.

 

A procura de helicópteros está crescendo e é uma tendência de transporte nas grandes cidades?

São Paulo é a cidade que mais usa helicópteros, mais que Nova York, Tóquio ou qualquer grande cidade. Mas é um negócio que será regulamentado, com os corredores onde se pode voar. Tem que ter o controle de voo para evitar um congestionamento. A nossa maior base de operação de taxi aéreo e de manutenção é no aeroporto de Congonhas.

 

Como comandar uma empresa deste tamanho?

É tudo estrutura e equipe. Nós temos na Líder uma equipe muito boa. O Eduardo Vaz, que é o presidente da empresa, está conosco há mais de 30 anos. Ele entrou na empresa como estagiário, em pouco tempo chegou à diretoria. A partir de 1993 foi superintendente da empresa e é o nosso principal executivo. Ele toca a empresa desde 1993, como superintendente e presidente. Ele é muito preparado, muito bom. Nós tivemos um funcionário com mais de 50 anos de Líder, o Altamirando trabalhou comigo a vida toda. Temos muitos funcionários com 30, 40 anos de casa. Temos uma equipe madura, que me permite ficar longe, sem problema. Mas você não deixa de ter responsabilidade. A responsabilidade é sua.

 

O senhor tem negócios em Miami?

Temos duas empresas em Miami. Uma que se chama Aviation Logistics, que atende a Líder em peças de emergência. Nós temos um estoque enorme de peças, mais de US 20 milhões em estoque, mas de vez em quando para um avião ou um helicóptero com uma pecinha, que ninguém nunca imaginou que iria precisar e que não tem no nosso estoque. A nossa empresa procura onde se consegue a peça o mais rápido possível e se tiver nas mãos dela envia para cá na mesma noite. Temos dois voos de Miami a Belo Horizonte toda noite e, em três dias, do momento que encontramos a peça, até a liberação na alfândega, em Belo Horizonte. Conseguimos fazer essa operação. Tenho outra empresa imobiliária. Tenho alguns investimentos imobiliários em Miami e por isso a Miami Sunrise Propertys.

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