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Mais um estudo desmente eficácia da cloroquina

O uso de hidroxicloroquina, associada ou não à azitromicina, não trouxe nenhum benefício ao tratamento de pacientes com quadros leves a moderados de Covid-19, mostra estudo inédito do grupo Coalizão Covid-19 Brasil. Ao contrário: além de ineficientes na melhoria do estado de saúde dos participantes, os medicamentos provocaram efeitos cardíacos e hepáticos adversos. A pesquisa teve a participação de 55 hospitais públicos e privados de ponta do país, e os resultados foram publicados nessa quinta-feira no periódico científico “New England Journal of Medicine”. Os médicos e pesquisadores brasileiros acompanharam 667 pacientes de hospitais em diferentes regiões do início da pandemia no país, em março, até junho. O critério para integrar o estudo, chamado de Coalizão I, era que fossem pacientes admitidos há menos de 48 horas nos hospitais, e ainda dentro dos primeiros sete dias de apresentação de sintomas. Foram analisados apenas casos leves a moderados, quer dizer, pessoas internadas, mas sem necessidade de oxigênio, ou que precisavam de, no máximo, quatro litros por minuto de oxigênio suplementar. A média de idade era de 50 anos. Todos os pacientes foram analisados 15 dias depois de começarem o tratamento. Ao final, o quadro clínico era similar nos três grupos estudados, ou seja, os medicamentos não foram úteis no desfecho da evolução clínica. Segundo a pesquisa, após 15 dias, estavam em casa, sem limitações, 69% dos pacientes que usaram hidroxicloroquina combinada a azitromicina. Mas o mesmo quadro foi visto em 64% dos pacientes que usaram somente hidroxicloroquina, e por 68% dos pacientes que receberam apenas suporte clínico padrão. ”Não constatamos nenhum efeito benéfico, nem com a hidroxicloroquina sozinha nem junto com a azitromicina”, explicou Regis Goulart Rosa (foto), membro do Comitê Científico da Coalizão Covid Brasil e médico intensivista do Hospital Moinhos de Vento, que participou do estudo.

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