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Mídia profissional sofre sete agressões por minuto

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) informou nessa quarta-feira que a mídia profissional sofreu no ano passado 11 mil ataques por dia por meio de redes sociais – uma média de sete agressões por minuto. Os dados constam do relatório anual sobre Violações à Liberdade de Expressão. Essa foi a primeira vez que a Abert incluiu os ataques virtuais em seu relatório. Segundo o presidente da entidade, Paulo Tonet (foto), isso foi necessário porque os ataques virtuais “tomaram uma dimensão muito grande”. “As agressões virtuais são um quadro extremamente preocupante”, afirmou. De acordo com estudo encomendado pela Abert à Bites, empresa de consultoria que faz o monitoramento do universo digital, dos 5.708 posts do presidente Jair Bolsonaro no Twitter, por exemplo, 432 continham críticas, insinuações e advertências sobre o trabalho dos veículos e jornalistas. “Esses conteúdos registraram 51,7 milhões de interações (compartilhamentos, retuítes, comentários e curtir), o equivalente a 7% das 737,4 milhões obtidas nos perfis do presidente no ano passado”, informou o documento.

 

A esquerda também bate

A imprensa também sofreu ataques de perfis de esquerda. No ano passado foram 714 mil posts atacando a mídia profissional, um total de 1,9 mil ataques por dia. A entidade alertou ainda para o avanço das agressões no começo de 2020. “Começamos mal”, disse Tonet. “Tenho pouca esperança de que em 2021, quando o relatório for lançado aqui, a gente tenha a comemorar muita coisa”, afirmou o presidente da Abert. Durante todo o ano, a pesquisa identificou 3,9 milhões de posts contra a imprensa brasileira, totalizando 10% de tudo que foi produzido. Esses posts incluem palavras de baixo calão ou com expressões que tentam desacreditar o trabalho da imprensa.

 

Milhões para agredir

Um grupo de empresários que apoia o presidente Jair Bolsonaro gasta R$ 5 milhões por mês com robôs — programas de computador que podem ser usados para fazer postagens automáticas nas redes — e produção de material destinado a insultar e constranger supostos opositores do governo no Judiciário, no Congresso, na mídia e no mundo artístico. É o que está sendo identificado pelo inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal para investigar fake news com ataques contra ministros da Corte nas redes sociais. Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, as investigações estão adiantadas e atingem até mesmo sócios de empresas do setor de comércio e serviços, todos bolsonaristas.

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