Desde que os deputados federais aprovaram om 308 votos o projeto que desmonta, peça por peça, o edifício sindical erguido desde Getúlio Vargas, a polêmica sobre o tema só aumenta. Relatado pelo deputado Ossesio Silva (foto/reprodução internet), a partir de agora, a contribuição sindical poderá ser cancelada por e-mail, aplicativo ou via Gov.br, de forma simples, rápida e simbolicamente marcante. Sob o pretexto de modernização, avança a lógica de mercado sobre o modelo corporativista. Para uns, é liberdade; para outros, desmonte. O essencial, porém, não é a tecnologia, mas a erosão de um sistema criado nos anos 1930, quando o Estado escolhia os representantes dos trabalhadores e os financiava por lei. A reforma de 2017 já retirara a obrigatoriedade da contribuição. Agora, o processo se acelera. O sindicato, que já perdeu base, perde também capilaridade. No fundo, o Estado se afasta da tutela social. E o que virá no lugar segue indefinido, entre cliques, discursos e velhos ressentimentos.