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Blog do PCO

O impacto do coronavirus

O trabalho em parceria entre a prefeitura de Belo Horizonte Unimed e seus hospitais conveniados no combate ao coronavirus foi um dos pontos abordados ontem na Live Especial Saúde promovida pelo Conexão Empresarial, com participação da diretora do Biocor, a médica Érika Vrandecic (foto), o infectologista do corpo clínico do Biocor, doutor Estevão Urbano Silva (foto), o secretário municipal de Saúde de Belo Horizonte, Jackson Machado Pinto (foto) e o presidente da Unimed, Samuel Flam (foto). Para Érica Vrandecic , a atitude de Samuel Flam no momento em que a transmissão do Covid 19 se tornou comunitária, juntando todos os associados para traçar um plano para os hospitais conveniados, foi fundamental nesse processo. O Biocor montou em fevereiro um grupo estratégico multidisciplinar que tem trabalhado com a prefeitura de Belo Horizonte. Mas alguns entraves ocorreram nesse processo, como o aumento em 4000% em itens como máscaras. O custo da compra do material aumentou 509% em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar dos problemas, Érica Vrandecic disse que em 40 dias foram atendidas 1.100 pessoas. Desses, 91 tinham suspeita de síndrome respiratória e 17 com diagnóstico confirmado de coronavirus. 14 tiveram alta e duas morreram. Mas ela reclama da falta de investimentos na saúde, inclusive na pesquisa na busca de vacinas e na fabricação dos próprios equipamentos.

 

Preços abusivos das EPIs

O secretário municipal de Saúde de Belo Horizonte, Jackson Machado, considera que o custo dos equipamentos de proteção individual, ou EPIs, é um problema e alguns fornecedores chegam a pedir pagamento adiantado. Ele disse ainda que apesar da pressão de setores da economia para que o comércio volte a funcionar, não há uma data estipulada para que isto possa acontecer e que tudo vai depender do trabalho científico e da curva de contaminação do coronavirus. O isolamento social é importante, segundo Jackson Machado, para que a contaminação seja diluída com o tempo e não haja um colapso na rede de saúde. A mobilização será feita com responsabilidade. De acordo com ele, uma das primeiras ações voltadas para a flexibilização da quarentena é justamente o uso de máscaras.

 

Estratégia precoce 

O presidente da Unimed, Samuel Flam, ressalta que um dos pontos positivos para evitar o avanço do Covid 19 foi que “começamos com uma estratégia precoce e com mecanismos para se atenuar a pandemia”. Um outro aspecto importante foi o contato com médicos da Itália para saber o que estava acontecendo lá e, junto com a prefeitura de Belo Horizonte e os hospitais conveniados, começarem a trabalhar precocemente. A partir desse modelo de cooperação e do pensando de que ”quanto mais rápido agir, mais rápido vamos sair da crise”, começou esse trabalho. Uma das ações foi a de evitar que as pessoas fossem para a porta do hospital e para as salas de espera, locais onde poderia ocorrer a contaminação, com a criação do atendimento online. Até o momento foram mais de 10 mil consultas online. Além disso, houve um aumento no número de vagas junto aos hospitais conveniados e na rede Unimed, incluindo o Hospital da Unimed em Betim e o Hospital de Campanha em Venda Nova. “O certo – segundo Samuel Flam- é que nós só sairemos dessa cooperando uns com os outros”.

 

Cenário preocupante

O infectologista Estevão Urbano considera que caminhamos para um momento preocupante, porque há uma falsa sensação de segurança em um momento sério. Há uma forte pressão para desmobilizar e começar o processo de reabertura do comércio. Urbano disse que essa questão vem sendo debatida junto ao comitê coordenado pelo secretário Jackson Machado, em como fazer essa flexibilização, aprendendo com os acertos e erros cometidos por outras cidades, que ao relaxarem viram o vírus se multiplicar rapidamente, causando uma situação de caos e morte. O vírus, segundo ele, “não é brincadeira”.

 

Desafio constante

 O moderador do debate, o diretor da VB Comunicação, Gustavo César Oliveira, contou com a participação como debatedores da empreendedora e digital influencer Bella Falconi, o médico e vereador de Belo Horizonte, Bernardo Ramos, o vereador Gabriel Azevedo, o diretor da JAM Engenharia, Joel Ayres e o presidente da Drogaria Araujo, Modesto Araujo. Um dos assuntos abordados por Bella Falconi foi a ação de outros vírus, como o da Sars e Mers, duas viroses com alto grau de letalidade, mas que não causaram pânico semelhante ao do coronavirus. Temos, segundo Samuel Flam lembrar “que lidamos constantemente com epidemias como a dengue. Nesse caso, no entanto, sabemos o contágio, de onde ele vem”. O secretário Jackson Machado também lembrou que ao longo dos tempos, a humanidade foi acometida por microorganismos com efeitos devastadores como a peste, a gripe espanhola, a Aids e outras, também preocupantes, que ainda assustam como a hanseníase e a tuberculose.

 

Flexibilização”

O empresário Modesto Araujo falou da sua preocupação com a morte de empresas, que está deixando muitos pais de família sem recursos. Ele defende que as pessoas em situação de risco fiquem em casa e a exigência do uso de máscaras para o resto da população, para que a economia volte ao normal. Segundo Modesto, “nós já tivemos muitos óbitos de pessoas jurídicas”. Mas alguns empresários buscam alternativas criativas, justamente na crise, como é o caso de Joel Ayres, da JAM, que falou do sistema de ar condicionado desenvolvido por ele e que está sendo operacionalizado no Biocor que trata e esteriliza o ar matando vírus e bactérias. Os vereadores Bernardo Ramos e Gabriel Azevedo falaram da experiência que tiveram ao contrair o coronavirus e dessa relação com a cidade, que espera o dia em que vai voltar ao normal. O Conexão Empresarial Especial Saúde teve o apoio da ANGLOAMERICAN, D’OR CONSULTORIA, CEMIG / GOVERNO DE MINAS, JAM ENGENHARIA, IBRAM, KLUS, MATER DEI, MERCANTIL DO BRASIL, O TEMPO, PAD, UNIMED-BH, USIMINAS e LABORATÓRIO HERMES PARTINI. O evento também teve como Media Partners a BAND, rádio ITATIAIA e JCHEBLY.

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