As críticas que os deputados federais têm feito às 10 propostas para o combate à corrupção, que tramita no Congresso Nacional em forma de projeto de iniciativa popular, não surpreendem o procurador Deltan Dallagnol (foto). Em Belo Horizonte ontem para um debate com empresários mineiros, Dallagnol questiona se esses que estão criticando têm ideias melhores e lembra que toda discussão é saudável, mas, respeitosamente, discorda das considerações feitas até agora. Deltan Dallagnol é um dos procuradores da operação Lava Jato e tem dedicado parte do seu tempo na defesa de medidas que se não acabarem com a corrupção, pelo menos punam com rigor os corruptos.
Rouba, mas faz
Quando convidou o procurador Deltan Dallagnol para fazer uma palestra para empresários e técnicos da Fiemg, Olavo Machado Jr. não sabia que ele era tão novo. Especialista em crimes tributários, Dallgnol parece ter menos do que seus 34 anos. A firmeza e os argumentos bem fundamentados, no entanto, não deixam dúvidas da sua capacidade. Além de contar com uma plateia atenta, ele conseguiu envolver a todos, lembrando que a corrupção no país começou ainda no Brasil império e veio se aperfeiçoando ao longo dos anos e testou a memória da plateia para ver quem sabia quando surgiu a frase “rouba, mas faz”. Foi no governo de Adhemar de Barros, em São Paulo, nos idos de 1950.
