Lá não tem Lava Jato, nem Sérgio Moro nem Rodrigo Janot, mas se a Coreia do Sul fosse aqui, seu Ministério Público iria fazer a festa. Com um detalhe: lá as relações promíscuas entre empresários e políticos tornaram-se imperdoáveis e a condenação por suborno é punida com a prisão perpétua. No início desta semana, o Ministério Público sul-coreano pediu a condenação do herdeiro do gigante Samsung a 12 anos de prisão por envolvimento no escândalo de corrupção que levou à destituição da ex-presidente Park Geun-hye. O pedido do Ministério Público encerra quatro meses de audiências sobre as alegações contra Lee Jae-yong (foto) que, caso seja condenado, deve pegar pelo menos cinco anos de cadeia. Lee Jae-yong, de 49 anos, vice-presidente da Samsung Electronics e filho do presidente do grupo Samsung, foi acusado de ter pagado 38 milhões de dólares (cerca de 32 milhões de euros) em subornos à Choi Soon-sil, amiga íntima e confidente da ex-presidente do país. Figura central no escândalo conhecido como “Rasputine” que levou à destituição da ex-presidente Park, Choi é acusada de cobrar propina de conglomerados sul-coreanos, como a Samsung. O herdeiro da Samsun, Lee Jae-yong, como todos os acusados de corrupção pela operação Lava Jato, negou todas as acusações contra si.