Os efeitos do aquecimento global e as suas implicações foi um dos pontos abordados pela presidente do Comitê Científico do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas e ex-secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Suzana Kahn durante o Seminário LIDE Sustentabilidade, ocorrido quarta-feira, 28, no Auditório da Gocil, em São Paulo. Para a especialista, “as implicações das alterações climáticas para o ambiente e sociedade não dependem apenas de como a Terra irá responder e reagir às mudanças do forçamento radiativo, mas também como a humanidade responde a estas mudanças, tanto em tecnologias, questões econômicas e estilo de vida”. Mas para Kahn “é necessário um esforço coletivo, pois este é o limite para evitar uma desertificação maior, mais enchentes, extinções de espécies e elevação do nível dos oceanos”. No painel “O que esperar da COP 21 Paris – Mais importante das conferências sobre o clima e o papel do Brasil neste contexto”, o presidente do LIDE Sustentabilidade, Roberto Klabin (foto), disse que é fundamental que os líderes saiam da nossa zona de conforto e reajam. Mesma linha seguida pelo secretário executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, que entende que “o Brasil tem que lidar com os desafios ambientais enquanto há tempo. Entre janeiro e outubro deste ano, 1.384 municípios declararam situação de emergência ou calamidade pública no país”. Mesmo com esse cenário, a presidente da Schneider Electric, Tania Cosentino, que também participou da discussão, entende que o Brasil conta com vantagens comparativas consideráveis. “Temos um capital natural fantástico, com potencial biotecnológico, além da geração de energia eólica e solar. Usinas combinadas, que fazem uso de vento e raios solares, geram uma eficiência extraordinária. Precisamos inserir novas fontes energéticas para incrementar o desenvolvimento”.
Emissão de carbono
Um dos questionamentos durante o evento foi sobre a precificação do carbono, feito pela diretora-presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, Elizabeth Farina. Para Suzana Kahn, o mercado está se estruturando no Brasil e o tema é simpático ao Ministério da Fazenda, porém, antes é preciso “descobrir um modelo que beneficie a todos”. Rittl aproveitou para enfatizar que o carbono tem valor econômico e social, e foi seguido por Tania Cosentino, que completou dizendo que “a transição da economia para o baixo carbono é uma grande oportunidade para todas as empresas, e nós temos condições de liderar”. Além disso, Suzana Kahn entende que o Brasil deve enviar um sinal ao mundo na COP 21 Paris de que a economia de baixo carbono é inevitável. “É imprescindível estabelecer um acordo global do clima, alinhado com a realidade. A partir de janeiro de 2021, seremos obrigados a reduzir essas emissões. A transição é necessária”, enfatizou. Esta edição do Seminário LIDE Sustentabilidade teve copatrocínio da SCHNEIDER ELECTRIC, TETRAPAK e WHIRLPOOL, com apoio da GOCIL. Como fornecedores oficiais, CDN COMUNICAÇÃO, ECCAPLAN e MOVE. DCI, PRNEWSWIRE, revista e TV LIDE são mídia partners.