“Tudo vale a pena quando a alma não é pequena” ensina Fernando Pessoa em seu poema Mar Português. Uma lição a ser aprendida por todos, mas, em especial, por quem se dispõe a viver na política e não viver da política. Os que vivem da política têm, certamente a alma pequena. E por serem assim, não respeitam os limites éticos, transformam em brigas pessoais desavenças normais, mesmo entre participantes de um mesmo grupo e preferem sacrificar o grupo a se conformarem com a eventual vitória de seus desafetos transformados em inimigos. São normalmente pessoas que não reconhecem que seu tempo passou e que precisam dar oportunidade aos que estão chegando. O caminho do deboche, como se vê hoje com frequência na vida política brasileira – à direita, à esquerda e ao centro- é a maior confissão de incompetência, despreparo intelectual e pequenez da alma. Visto de fora e com olhar isento, o ambiente político brasileiro é desolador. E não há como esperar grandes mudanças nas próximas eleições – eu disse nas próximas, não apenas na próxima eleição – pois o que, lamentavelmente vamos assistindo, é o afastamento dos bons, expulsos pela ação dos aproveitadores. E vamos seguir assim, não me canso de repetir, enquanto não compreendermos que a boa política é essencial. É a que comanda a nossa vida. Que dita o preço do arroz, do feijão, do combustível. Que define quem deve ter ou não saúde, educação, moradia. Enfim, como vamos viver. E este direito de decidir sobre como viveremos, não podemos, até em respeito às gerações futuras, entregar aos de alma pequena como temos feito. (Foto reprodução internet)
Viver na política ou da política
