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Voto impresso ou urna eletrônica?

Ninguém entende as razões do presidente Bolsonaro para ser tão enfático e radical na defesa do voto impresso, num evidente retrocesso no sistema eleitoral brasileiro, reconhecido mundo afora como seguro contra fraudes. Já se vão quase trinta anos que o voto eletrônico começou a ser implantado, quando o ministro Carlos Mario Veloso foi presidente do Tribunal Superior Eleitoral. O sistema que foi sendo aperfeiçoado até chegar ao estágio atual, pode-se dizer, colocou um fim nas fraudes com o voto impresso e libertou o eleitor do controle dos velhos “coronéis” da política. O fim deste controle sobre o eleitor, o voto de cabresto, como se dizia, gerou muitos protestos de políticos desonestos, que se sentiram prejudicados com a impossibilidade de fraudar as cédulas eleitorais. Muitas eleições foram vencidas através das fraudes que a urna eletrônica impede. Muitos questionamentos sobre o funcionamento do sistema eletrônico surgiram. Muitas perícias foram feitas e nenhuma denúncia de fraude foi comprovada. Temos um sistema confiável que, no entanto, voltou a ser questionado pelo presidente Bolsonaro sem que, aparentemente haja qualquer motivo. Bolsonaro diz que tem provas- sem, no entanto apresentá-las, de que sua eleição foi fraudada, pois deveria ter vencido ainda no primeiro turno. Semana passada, talvez em busca de apoios para sua denúncia, afirmou que também Aécio Neves, em 2014, perdeu a disputa presidencial por fraudes nas urnas. No extremo, chegou a ameaçar o país com um golpe: ou se implanta o voto impresso ou não teremos eleição. Bolsonaro segue sendo um bom discípulo de Trump -que também dizia existirem fraudes nas eleições americanas- sem considerar o triste fim político de seu guru. Para muitos, a conclusão é de que esta atitude de Bolsonaro – que não deixa de ser um marqueteiro, pois diariamente vira notícia com alguma atitude, correta ou não – é para desviar o foco da CPI da Covid que, mesmo que não dê em nada – como tudo no Brasil – está preocupando o Planalto e ameaçando a reeleição do presidente. O Congresso deve ficar de olho para que não haja um retrocesso nas eleições de 2.022.

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