Terminou ontem o prazo de adesão de investidores interessados em participar, nos Estados Unidos, da class action – ação popular coletiva de perdas financeiras contra a Petrobras. O advogado André de Almeida (foto), coautor da ação com o escritório americano Wolf Popper, disse, em nota, que “a Petrobras terá momento processual adequado para se defender das alegações associadas à má governança corporativa e suspeitas de fraudes”. A assessoria do escritório Almeida Advogados informou que a expectativa é que a ação corra no prazo de até dois anos, na Corte Sul do Distrito de Nova York, onde o juiz da causa, Judge Rakoff, deverá unir todos os pleitos formulados, iniciando, então, a fase judicial do processo.Participam da class action r investidores, brasileiros e estrangeiros, que adquiriram ações da Petrobras nos Estados Unidos, conhecidas como ADRs (sigla, em inglês, de American Depositary Receiptes). Na petição entregue à Justiça norte-americana constam casos de aposentados brasileiros que perderam, respectivamente, US$ 1,5 milhão e US$ 638 mil. De acordo com a nota divulgada por André de Almeida, esses investidores “não são tubarões de mercado, grandes e suspeitos bancos ou aparelhados fundos de pensão. São real people (pessoas de verdade), que perderam real money (dinheiro de verdade)”.
Cinco anos de história para provar a má governança
A ideia é mostrar à Justiça dos Estados Unidos que a má governança corporativa da Petrobras afetou toda a sociedade na qual está inserida, e que os fatos deflagrados pela Operação Lava Jato, iniciada em março do ano passado, prejudicaram os investidores da empresa. Os escritórios Wolf Popper e Almeida Advogados listaram uma série de fatos envolvendo a Petrobras, entre 2010 e 2014, que provocaram a deterioração dos negócios da companhia e prejuízo para seus acionistas. Eles pedem indenização para os investidores “que acreditaram em seu plano de negócios (da Petrobras) e em suas declarações públicas ao mercado”. São réus na ação, além da própria Petrobras, membros da diretoria da estatal, incluindo a ex-presidente Graça Foster, e bancos brasileiros e estrangeiros que participaram da emissão de títulos da dívida da empresa em Nova York.