A eleição terminou ontem mas os candidatos mal tiveram tempo de trocar de roupa para iniciar, hoje, uma nova disputa. Mesmo nos estados onde a disputa se encerrou ontem, com a eleição de governadores, como Fernando Pimentel, em Minas, e Geraldo Alckmin, em São Paulo, a eleição não terminou. Agora é o segundo turno presidencial que vai agitar a vida política brasileira. São dois mineiros, Dilma e Aécio, iniciando hoje uma corrida que termina em três semanas, em 26 de outubro, quando os 143 milhões de eleitores brasileiros serão novamente convocados para o exercício do direito ao voto, direito não compreendido por quase 25% destes cidadãos que simplesmente não compareceram às urnas ou que preferiram votar em branco ou anular o voto. Deixaram que outros escolhessem seus representantes, o que lhes tira o direito de protestos futuros contra a classe política. Mas o grande ausente deste primeiro turno das eleições foi mesmo o povo que, nas ruas, no ano passado, ou nas pesquisas eleitorais, aparecia exigindo mudanças nas práticas políticas do país. Uma análise superficial sobre a nova composição do Congresso nos leva à conclusão de que temos uma enorme capacidade de fazer pior. Aliás, Ulisses Guimarães já advertia aos que reclamavam da qualidade de nosso Legislativo que tivessem calma, pois na próxima eleição ele seria ainda pior. Observação que vale também para as Assembleias Legislativas que, pelo visto, terão uma forte queda em sua qualidade. E é exatamente o Legislativo que deve fazer as mudanças necessárias ao país. Deputados e senadores já estão escolhidos e assumem seus mandatos em 2015. Falta agora o presidente e alguns governadores. É esperar e torcer para que o melhor aconteça. Se o melhor é possível.
