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Cid Gomes e o senso do oportunismo

No agora ex-ministro Cid Gomes – seu irmão mais famoso é Ciro Gomes – o que não se pode deixar de reconhecer é o senso do oportunismo. Governador do Ceará, foi flagrado em situações constrangedoras, como na acusação de mau uso do dinheiro público ao fretar avião para uma viagem à Europa, levando junto a sogra.Ou em situações de absoluto descontrole verbal, estabanadas mesmo, como na crítica que fez aos professores de seu estado que estavam em greve:quem entra no serviço público deve entrar por amor, não por dinheiro. Isto depois de gastar o dinheiro fretando avião para ir à Europa. Ou finalmente, para não deixar a lista muito extensa, quando pagou cachê de R$ 650 mil à cantora Ivete Sangalo, para um show na inauguração de um hospital no interior do estado. Mas apesar de toda a sua excentricidade como governador acabou ganhando de presente o cargo de ministro da Educação no segundo mandato Dilma, dento das composições para a formatação de uma base de apoio ao governo. Durou pouco. Não deixou nada de útil pela educação no Brasil e quase acaba de arrebentar politicamente o governo que lhe deu um cargo de ministro de presente. Em Belém, na semana passada, Cid Gomes afirmou que a Câmara Federal tinha entre trezentos e quatrocentos achacadores, que só queriam enfraquecer o governo para ganhar vantagens. Disse num rompante, como é próprio dos “Gomes” cearenses, ou de caso pensado, pois sabia que sua atuação no ministério não estava agradando. De qualquer forma, cutucou o PMDB e ontem foi à Câmara se explicar. Pediu desculpas mas, ninguém duvida, arrumou um jeito de sair do governo atirando, ao reafirmar sua fala e buscar o confronto com o PMDB. Discutiu diretamente com Eduardo Cunha e acabou deixando o plenário intempestivamente. “Fez o seu comercial” para renunciar. Ninguém poderá dizer que ele foi demitido. Na verdade, renunciou antes que fosse exonerado. Não que tenha dito algo assim totalmente errado, mas quase afunda ainda mais o governo Dilma na crise. Sai do ministério sem ter feito algo de útil, mas se apresenta como herói por ter enfrentado os deputados. Por ele Dilma pode começar a reforma ministerial que anda querendo.

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