A questão é saber: a presidente Dilma (foto) conseguiu convencer? Conseguiu explicar ao grande público o ajuste, oi maior dos últimos vinte anos que precisará fazer na economia brasileira? E mais, conseguiu blindar o seu governo no escândalo da Petrobras, transferindo para outros, que ela nem de longe identificou, a responsabilidade do mais escândalo financeiro da história deste país? Pelo barulho, não. Em Belo Horizonte e várias outras cidades do país, houve vaias nas ruas, panelaços nas janelas, numa reação articulada pelas redes sociais. Isto não significa, necessariamente, desaprovação popular ao pronunciamento. São poucos os que participam deste tipo de movimento. Mas, mesmo assim, é bom o governo ficar atento. Nem sempre os marqueteiros acertam. Quem se lembra do impeachment de Collor, quanto tentaram uma jogada semelhante, buscando o apoio popular? Collor pediu ao povo que fosse às ruas de verde e amarelo, em defesa do país. O que se viu foi um país usando preto. Milhares de motoristas usaram os tapetes de seus carros, dependurados nas portas dos veículos, para protestar. O que deveria ser um movimento de apoio acabou se transformando num protesto que enfraqueceu ainda mais o então presidente. Dilma corre o risco de ter se enfraquecido ainda mais, exatamente no inicio de uma semana em que a crise com o Congresso aumenta. A hora, sem alarmismo, é grave e nada indica que há uma saída possível.
