A Procuradoria da República no Paraná apresentou denúncia criminal contra o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, o empresário e lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, o doleiro Alberto Youssef e contra o executivo Julio Camargo (foto), da empresa Toyo Setal. Eles são acusados de crimes contra o sistema financeiro nacional, corrupção e lavagem de capitais. Na ação encaminhada à Justiça, o Ministério Público também pede que sejam devolvidos aos cofres públicos pelo menos 296,8 milhões de reais. Ao reunir as principais provas da apuração, a procuradoria conclui que o pagamento de propina era rotina na Petrobras, principalmente em diretorias cujos chefes – Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Cerveró – haviam sido indicados por pressão política. “Após mais de nove meses de investigação, apurou-se que, no âmbito da Petrobras, o pagamento de propina em contratos de grande valor, como é o caso destes autos, era endêmico e usual nas Diretorias de Abastecimento, Serviços e Internacional”, diz a denúncia. “Nem sempre se solicitava abertamente a propina, mas sempre, para a obtenção do contrato, negociava-se o valor indevido a ser pago, diretamente com o diretor da área, gerente ou ‘intermediário’ próximo a eles”, completam os investigadores.