O coordenador do grupo de indústria e competitividade do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE-UFRJ), David Kupfer (foto), salientou que, se a taxa cambial permanecer em torno de R$ 2,70, “é provável que as exportações retomem e possam cobrir um pedaço desse mercado interno que se contraiu ou estará contraído este ano”. Martins preferiu não fazer prognósticos em relação à faixa ideal para o câmbio, tendo em vista que o nível de competitividade das empresas é diferente. “Para umas, pode ser R$ 2,90, para outras, R$ 3,10. É difícil falar do setor como um todo.” Ele argumentou, porém, que quanto mais próxima de R$ 3 ficar a cotação do dólar, melhor para viabilizar as exportações. “Existem estudos que mostram que a correção do câmbio somente pelo índice de inflação chegaria a um patamar de R$ 3,20. Quanto mais próximo se chegar do índice de defasagem, tanto melhor, porque não existe um câmbio único para todas as empresas. Cada uma tem um grau de competitividade melhor que a outra”. Martins concordou com David Kupfer que isso poderá compensar parte do mercado doméstico que está contraído, devido à redução das vendas, no ano passado, e da falta de crescimento da demanda.