O número, aparentemente confortável quando comparado aos atuais níveis ou até mesmo àqueles registrados no início deste ano, esconde uma série de riscos. Cuberos lembra que a simulação não considera a necessidade de paradas programadas nas térmicas e eventuais problemas de transmissão na interconexão entre o Sudeste e outras regiões. Outro risco, ainda mais preocupante, estaria na possibilidade de o volume de chuvas ficar aquém do esperado para o período úmido. Em uma simulação na qual os níveis pluviométricos do último período chuvoso são repetidos no próximo intervalo de novembro a abril, a situação se mostra muito menos confortável. Os reservatórios, nesse caso, chegariam a abril com 48% da capacidade. “O fato é que estamos dependendo da chuva. O sistema está em stress e o nível dos reservatórios está baixo. As térmicas devem ficar ligadas e dependeremos muito do próximo período úmido”, sintetiza Cuberos. O estudo elaborado pela Safira dimensiona o grau de dependência do sistema elétrico brasileiro em relação às chuvas. Caso o nível de afluências entre novembro deste ano e abril de 2015 ficasse em linha com a média, ou seja, 100% da média de longo termo (MLT), o nível dos reservatórios na região Sudeste chegaria ao final do período úmido em impensáveis 97% da capacidade, considerando os padrões atuais.