Um trabalho de paciência e carinho

O Centro de Tratamento de Fissuras Labiopalatais e Deformidades Craniofaciais (CENTRARE) do Hospital da Baleia completa 10 anos em novembro e os motivos para comemorar são muitos. A unidade tem cerca de 4 mil pacientes cadastrados, que recebem tratamento gratuito para tratar o lábio leporino e a fissura palatal, que são aberturas na região do lábio e do palato (céu da boca) ocasionadas pela má formação dessas estruturas. Trata-se de uma deformidade congênita que acomete uma em cada 650 crianças nascidas no Brasil. O tratamento é integral e envolve uma equipe multidisciplinar formada por profissionais de Cirurgia Plástica, Otorrinolaringologia, Enfermagem, Odontologia, Fonoaudiologia, Psicologia, Nutrição e Serviço Social. O intuito é orientar as famílias para que elas saibam lidar com as limitações das crianças, pois elas apresentam dificuldades em comer, respirar e falar. Cada caso é avaliado separadamente e, na maioria das vezes, é feita uma ou mais cirurgias de reparação, cujos resultados são visíveis logo após os procedimentos. Depois da operação, os pacientes e suas famílias continuam recebendo acompanhamento e orientações da equipe multiprofissional. “Nossos tratamentos são longos, porém eficazes. Muitos pacientes chegam ao hospital ainda crianças e recebem alta depois dos 18 anos. O trabalho é gratificante porque melhoramos a qualidade de vida do paciente e elevamos sua autoestima”, explica a psicóloga Lúcia Nunes, responsável pelo CENTRARE.