A urgência da anistia escapou do script combinado entre governo, Supremo Tribunal Federal e cúpula da Câmara dos Deputados. A encenação previa que o presidente da Casa, Hugo Motta (foto/reprodução internet) colocaria o tema em pauta apenas para ser derrotado em plenário, um gesto simbólico para acalmar os bolsonaristas. O teatro, porém, saiu do controle: a urgência passou e obrigou todos os atores a improvisar. Agora, a ordem é “minimizar danos”. Motta nomeou Paulinho da Força como relator, personagem pouco afeito a independência crítica, o que só reforça a impressão de que a anistia deixou de ser encenação e ganhou corpo. Em Brasília, até o erro de cálculo se transforma em risco de retrocesso institucional.