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Blog do PCO

A busca do consenso

As comemorações do 1º de Maio mostraram ontem que somos um país com sérios riscos de confrontos internos. Não se ouviu nas manifestações de rua país afora uma única voz sensata, alguém capaz de incitar a busca do consenso, o diálogo que nos leve a encontrar uma saída real para a crise que enfrentamos e que, lamentavelmente, dá sinais de agravamento. Não será, certamente, com provocações, estímulo ao enfrentamento que vamos superar o desemprego, a inflação, o agravamento da violência e o aumento das atrocidades nas ações criminosas. Estimular ações e críticas contra as instituições não farão do Brasil um país melhor. Fazer ecoar críticas contra as instituições de críticos desarrazoados e que mal sabem o que falam, só faz aumentar nossa crise e tornar mais tortuosos os caminhos da recuperação. Estimular a repressão como fizeram alguns ontem na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, vestindo crianças com fardas, colocando em suas mãos armas, só nos faz criar cidadãos despreparados para o diálogo e defensores de um estado policialesco e violento. E a falta de tato para cuidar da pacificação do país sem o quê, repito, não vamos superar nossas crises, ficou evidente no discurso do General Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional. Num ato de apoio ao deputado Daniel Silveira, onde ele e o Capitão Bolsonaro, presidente da República, não deveriam estar por ser um ato de provocação ao STF: “Hoje não é um dia de revanche, não é um dia de fazer malcriação, não é um dia de expressar raiva, é Dia do Trabalhador e quem não é bandido em princípio é trabalhador”. Se não temos um líder, alguém com capacidade de comandar com autoridade, não autoritarismo, a recolocação do país nos eixos, é preciso que o povo se conscientize de seu papel no processo de retomada do caminho certo. O agravamento da crise só estimula as tendências dos autoritários que os exemplos espalhados pelo mundo mostram não ser o melhor caminho. Autoritário de qualquer matiz político é bom ressaltar. 

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