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A certeza de que a reforma será aprovada

Paulo César de Oliveira
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Um dos deputados que tem acompanhado de perto as conversas e negociações para a aprovação da reforma da Previdência, é o mineiro Lafayette Andrada (PRB). Em seu primeiro mandato federal, Lafayette Andrada (foto) tem a experiência de três mandatos como deputado estadual e sabe bem como funciona o Legislativo. Para ele, apesar da má atuação do governo para formar a sua base, há uma consciência da necessidade da aprovação da reforma da Previdência. Elle confirma a decisão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), de colocar na sequência para votação a reforma tributária.

 

O senhor está muito próximo do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e tem acompanhando esse vai e vem da tramitação da reforma da Previdência. A base do governo parece dispersa e pouco interessada. Como o governo vai contornar esse problema?

O meu sentimento é o de que existe uma consciência do Congresso, sobre a necessidade da reforma da Previdência. Embora o governo não esteja muito bem articulado politicamente, a maioria dos deputados e senadores sabe da necessidade da reforma. Não tenho dúvida nenhuma de que a reforma da Previdência irá passar. Sou membro da comissão especial, estou acompanhando os acontecimentos e estou confiante da consciência geral da necessidade da reforma e acredito que a reforma será aprovada, apesar dessas derrapadas da articulação política do governo.

 

Essa declaração do Paulinho da Força de que os deputados do Centrão irão desidratar a reforma da Previdência para que o presidente Jair Bolsonaro não se reeleja tem fundamento? O senhor sabe de alguma conversa nesse sentido?

Isso é um completo absurdo, sem conexão. Ele falou isso para agradar o pessoal do sindicato dele no Dia 1º de Maio, mas isso não tem nenhuma conexão com a verdade de que existe um grupo que está articulando para aprovar a reforma desidratada para o Bolsonaro não se reeleger. Isso não existe. Isso nunca passou pela cabeça de ninguém. Esse é um assunto que não se fala no Congresso Nacional. Com cem dias de governo ficar falando em reeleição. Isso não faz nenhum sentido. Ele certamente falou isso para agradar o público dele, no Dia dos Trabalhadores.

 

O senhor sabe bem como acontece essa pressão junto ao governo. O senhor foi deputado estadual durante muitos anos e o ano que vem tem eleições municipais, que interessam aos deputados. A pressão tende a aumentar?

Quem é contra a reforma já está se posicionando declaradamente. São os partidos de esquerda que estão fazendo oposição, como o PT e o PCdoB, que são declaradamente contra e vão continuar porque trabalham para o quanto pior, melhor. Em relação aos demais, existe uma consciência da necessidade da reforma e ela vai passar, embora, exista sim, uma má articulação do governo no Congresso, mas, mesmo assim, a reforma vai passar devido a sua necessidade.

 

Existe outra conversa de que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pretende emendar a reforma tributária na reforma da Previdência. Assim que a da Previdência passar a tributária passa a ser discutida. Já existe um acorde nesse sentido?

O Rodrigo Maia falou que vai colocar adiante a reforma tributária. Ele acha importante avançar nessa reforma e nós também achamos. Já existe um anteprojeto e ele será a espinha dorsal do modelo para a reforma tributária.

 

Há uma conversa de que com a priorização da reforma tributária, a Lei Anticrime do ministro Sérgio Moro ficará em segundo plano. Esse projeto pode ficar para depois?

Não. A Lei Anticrime do Moro, já foi estabelecido que vamos votar no princípio de junho. O presidente Rodrigo Maia chamou o Moro para conversar e eu estava presente, para falar justamente isso. O projeto será votado em meados de junho, antes da reforma tributária. Antes do recesso parlamentar, será votado o pacote Anticrime

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