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Blog do PCO

A crise não será superada com rompantes de valentia, muito menos com omissões

Em momentos de crise, quando a demagogia e a valentia irrompem pela porta, a solução e a razão pulam pela janela. E nossos governantes não têm feito outra coisa que não seja tentar demonstrar força, adotando medidas que podem fazer a alegria dos insensatos, mas que não ajudam em nada vencer a crise. Pelos rompantes de alguns de seus membros, o Governo Temer vai perdendo a sua força e credibilidade. Ninguém mais acredita na eficácia das medidas para restabelecer a ordem, anunciadas pelo presidente e seus ministros. Descobriram que o cachorro late forte, mas não tem os dentes para morder. Anunciaram o uso da força policial para impedir bloqueios de rodovias e piquetes à frente de refinarias. Uma medida correta, embora criticada pelos de sempre. A utilização da força policial seria apenas para assegurar ao cidadão um direito tão sagrado quanto o de fazer greve: o direito de trabalhar, sem ser impedido por grevistas. Anunciaram com estardalhaço, não funcionou. O movimento de paralisação não se intimidou. Nem houve razão para tal, pois a polícia não apareceu em número suficiente nem com disposição para agir. Na barca da insensatez, o ministro Carlos Marun garantiu que o governo começou ontem a multar, em R$ 100 mil por hora, empresas que estimularem a paralisação e anunciou que a Polícia Federal já pedira prisão de empresários do setor. Marun (foto) não se deu conta de que não está lidando com crianças que se assustam com fantasmas. Multa de R$ 100 mil por hora não assusta, simplesmente porque ninguém a pagará nunca. E não pagará com o aval da Justiça. Prisões não aconteceram nem vão acontecer. O pior é que, à tibieza do Governo Federal, se junta a omissão de governadores e prefeitos que julgam ser, do presidente, a responsabilidade de encontrar soluções. Com raras exceções, a omissão é o traço do comportamento deles. Senadores, deputados federais, deputados estaduais e vereadores? Bom, nestes casos a irresponsabilidade é total.

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