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Blog do PCO

A história se repete. Sempre

O ano era 1960 e a eleição para a escolha do sucessor de Juscelino Kubitschek. O Marechal Lott, o candidato de JK, disputava pela coligação PTB/PSD. Seu principal adversário era Jânio Quadros, um populista que terminava seu mandato como governador de São Paulo e entrou na disputa presidencial na coligação PTN/PDC, carregando a bandeira do combate à corrupção, que ainda hoje, 58 anos depois sustenta candidaturas país afora. À época, sem o aparato de comunicação de hoje, as campanhas eram difíceis, feitas no contato direto com o eleitorado. Os candidatos tinham agendas extensas e cansativas e, por isso mesmo, delegavam agendas a pessoas de sua confiança, lembrando que o vice era escolhido em votação separada do presidente. Jânio, autoritário e centralizador pouco delegava. Lott usava a filha Edna como sua representante em vários compromissos de campanha. Edna, que mais tarde foi deputada federal pelo antigo estado da Guanabara, até ser cassada pela revolução era, no entanto, diz o folclore político, desastrada em suas declarações. Disto se aproveitava Jânio. O que se conta é que, ao ser perguntado se iria em campanha a uma determinada cidade, dizia Jânio é que “lá não preciso ir, a filha do Marechal já foi por mim”, na certeza de que Edna mais tirava do que conseguia votos para o pai. O general Mourão, vice, já está sendo chamado de “ a Edna do Bolsonaro”.

 

Desta vez foi muito

A declaração do General Hamilton Mourão (foto) ontem, contra o pagamento do 13º salário foi apenas um dos muitos de seus “foras” políticos. Ele já falou que mães e avós que criam os filhos sem parceiros criam desajustados, já defendeu uma nova Constituição sem a participação de membros eleitos pela população e já soltou pérolas como a de que o brasileiro herdou a indolência do índio e a malandragem do negro. E ainda ontem, voltou a falar da recriação da CPMF e defendeu a renegociação dos juros da dívida brasileira. Como extrapolou na crítica ao décimo terceiro e à gratificação de férias, levou um “passa moleque” de Bolsonaro que classificou como desrespeito à Constituição a defesa do fim do benefício salarial.

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