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Blog do PCO

A hora é de lucidez

Alguém, com juízo e autoridade para tal, precisa jogar água fria nesta fervura. A política brasileira não pode continuar nesta situação de confronto permanente em que está vivendo. São discursos cada vez mais violentos que nos fazem lembrar outras épocas. Ninguém fala sozinho na política. A voz, venha de onde vier, representa sempre um grupo. A questão é saber: este grupo representa o pensamento da maioria? É muito poético dizer que se fala em nome do povo. Não, o povo, felizmente ou infelizmente, não se posiciona abertamente em questões políticas. Há grupelhos que se apresentam como legítimos representantes do povo e que, mostram a história, se transformam em inocentes úteis de quem efetivamente dá as cartas no jogo. Isto não é novo. É tão antigo quanto o Poder. A radicalização de nossa vida política está graus acima do que é tolerável numa democracia. O surgimento das redes sociais, um ótimo refúgio para os covardes, está atiçando o radicalismo sem rosto. E sem ideias ou mesmo ideais. A América Latina, que já foi – lembram-se? – “América Latrina”, é pródiga em exemplos de desastres pelo radicalismo. Que a direita, a esquerda e os omissos, entendam que esta não é uma hora de duelos. Estamos vivendo um drama muito sério na humanidade. O mundo caminha às cegas, derrotado pelo coronavírus. Não será mais o mesmo mundo. Já demos mostras suficientes da nossa incapacidade de enfrentar um mundo que conhecíamos. Imaginem o que será enfrentar um novo tempo que ainda nem imaginamos como será? Imagine o que será enfrentar isto em situação de conflito interno, divididos, sem lideranças confiáveis? Por nossa sobrevivência, vamos mudar o jogo. Botar a bola no chão com a consciência de que quem sair vitorioso numa disputa radical como estamos armando, terá uma vitória de Pirro. Será um governante sem apoio interno confiável e mal visto pelo resto do mundo. Para quem precisa tanto da confiança do capital internacional, será um desastre.

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