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Blog do PCO

A lição que vem da música

É trecho de música de Luiz Gonzaga, o “Gonzagão”, rei do baião que cantou, como poucos, as agruras do povo nordestino: “mas doutor, uma esmola a um homem que é são, ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”. Verdade. Este é o resultado dos inúmeros “auxílios” despejados por todos os níveis de governo sobre milhões de cidadãos brasileiros que vivem em condições miseráveis. E que continuarão assim, se considerarmos os valores que são destinados a cada família. Dizer que 400 ou mesmo 600 reais mudam muito as condições de miserabilidade das pessoas é um acinte. Aliás, nem mesmo o salário mínimo de R$ 1.100,00 hoje, que o governo propõe ser um pouco maior- pouco mesmo- a partir do ano que vem, atende as necessidades básicas das famílias. Para isso precisava ser de no mínimo de R$ 5.500,00, segundo os economistas. Objetivamente, os auxílios ditos para os necessitados são mais benéficos aos que andam necessitados de votos. Afinal, só o Auxílio Brasil, novo nome do Bolsa Família – mudaram o nome para tentar desvincular o auxílio do PT- poderá beneficiar vinte milhões de pessoas. Muito disto transformado em votos dos que não morreram de vergonha, mas se deixaram viciar. Não, não sou contra a ajuda aos que estão em situação de vulnerabilidade social, passando fome mesmo. É preciso fazer algo para atenuar esta situação, mas mais do que isto, é preciso fazer algo para que estas pessoas tenham num futuro bem imediato, condições de sobrevivência com dignidade. E isto não estamos assistindo. Nosso povo vai viver de programa em programa até quando? Quando terá salários dignos, saúde, moradia? Avançar na solução destes problemas certamente renderá mais votos do que os auxílios viciantes. É hora do despertar. O mundo sofreu um baque com a pandemia. Parou. Mas começa a acelerar. E não será mais o mesmo. Como ele será, não sabemos. Mas é evidente que não estamos preparados, nem nos preparando para as mudanças que vão surgir. E surgirão em grande velocidade. É preciso que país encontre soluções para minorar o drama dos famintos de tudo, mas urge que se comece a agir pensando num futuro que talvez, sem que a gente percebesse, já chegou. As pesquisas de instituto de todo o mundo, estudos isentos, apesar das tentativas do governo em descredenciá-los, mostram que somos um país em retrocesso social. Resultado de nossa inércia tecnológica. É preciso agir, levantar do berço esplendido, como, façamos justiça, já fizeram alguns setores que hoje lideram no mundo. Se quisermos, se mudarmos nossa mentalidade, seremos capazes de encontrarmos o tal futuro que, dizem está reservado para nós.

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