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Adeus querido ou o meu malvado favorito

Paulo César de Oliveira
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O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), joga as últimas cartas para tentar manter o seu mandato. Os seus aliados políticos prometem chegar cedo hoje em Brasília para começar a traçar a estratégia do dia, que envolve um mandado de segurança no STF pedindo fatiamento do processo, assim como aconteceu com a ex-presidente Dilma Rousseff e outras manobras jurídicas. Se houver quórum, o processo de cassação de Eduardo Cunha por quebra e decoro parlamentar deve acontecer na noite desta segunda-feira. São necessários 257 votos dos 513 deputados federais brasileiros para que Cunha perca o mandato. Acusado pela ex-presidente Dilma de ser o responsável pelo afastamento dela da presidência da República, Cunha divide os brasileiros entre os que o amam e os que o odeiam. Mesmo com a fama de mau, Eduardo Cunha (foto) vem sendo chamado por muitos de “meu malvado favorito”, numa referência a um personagem de desenho animado.

 

Entrevista marcada

Bem ao seu estilo, Eduardo Cunha manda os seus recados nas entrelinhas, como no caso da entrevista marcada para amanhã, no final da manhã. Muitos entendem que esta é mais uma ameaça do ex-presidente da Câmara de que ele pode revelar o que sabe. Pelos corredores do Congresso Nacional, corre a conversa de que Cunha conhece os segredos de parlamentares do PMDB, PP, PTB, PR, PSD e de partidos menores. Só não se sabe se os segredos são graves o bastante para livrá-lo da cassação.

  

Pressionados pela eleição municipal

O deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG) lembra que 10 partidos assinaram o compromisso de colocar suas bancadas hoje à noite no plenário da Câmara Federal na hora da votação. Ele acredita que os deputados federais que disputam as eleições municipais também não irão correr o risco de ter a imagem arranhada por não comparecer à votação. Só em Belo Horizonte, são seis deputados candidatos: Eros Biondini (PROS), Reginaldo Lopes (PT), Luiz Tibé (PT do B), Rodrigo Pacheco (PMDB), Marcelo Álvaro Antônio (PR) e a deputada Jô Moraes (PC do B), que é vice na chapa do PT. Júlio Delgado acha que os que consideram Eduardo Cunha como um malvado bonzinho ao chamá-lo de “meu malvado favorito”, estão enganados. Delgado diz que Cunha é malvado mesmo, sem retoques.

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