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Tóffoli enfrenta Lewandowski e mantém proibição de entrevista de Lula

Os atritos entre os ministros do Supremo Tribunal Federal nunca foram tão expostos como agora. Ontem à noite, o presidente da Suprema Corte, Dias Tóffoli, decidiu enfrentar a ira de Ricardo Lewandowski(foto) e manteve a decisão do ministro Luiz Fux de impedir a realização da entrevista com o ex-presidente Lula, pela jornalista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo. Tóffoli pretende levar o assunto para ser definido pelo plenário do STF. Antes de tomar essa decisão, Tóffoli e Lewandowski tiveram um diálogo tenso, na Escola de Direito da USP, no debate sobre os 30 anos da Constituição Federal. Logo após a conversa, Lewandowski derrubou a decisão de Fux e manteve a entrevista, e ainda estendeu à TV Minas o direito de entrevistar o ex-presidente.

 

Lewandowski x Moro

Para muitos analistas, os últimos episódios envolvendo a autorização para a entrevista de Lula pela Folha de São Paulo e a divulgação da delação do ex-ministro Antônio Palocci é mais um embate entre o STF e a Lava Jato. A decisão do ministro Ricardo Lewandowski de manter a entrevista de Lula para a Folha de São Paulo, bem na semana em que o brasileiro vai às urnas teria servido de estímulo para que o juiz Sergio Moro, liberasse parte da delação do ex-ministro Antonio Palocci, que compromete Lula, Dilma , e revela como funcionava o esquema de propina envolvendo a Petrobras e grandes empresas, além do custo bilionário das campanhas do PT. A decisão do presidente do STF, Dias Toffoli, de levar a questão a plenário, veio depois que a delação já tinha sido liberada e publicada por toda imprensa. A denúncia expõe o funcionamento do esquema de corrupção no governo Lula e a participação do petista nesse processo.

 

PT gastou R$ 1,4 bilhão para eleger e reeleger Dilma

Dentre os temas que assombram o PT na delação do ex-ministro Antonio Palocci está a forma como o partido abastecia o caixa dois nas campanhas eleitorais. As campanhas de 2010 e 2014 custaram, respectivamente, R$ 600 milhões e R$ 800 milhões, valores duas vezes maiores do que o declarado oficialmente à Justiça Eleitoral na época. As prestações regulares registradas no TSE são perfeitas do ponto de vista formal, segundo o ex ministro, “mas acumulam ilicitudes em quase todos os recursos recebidos”. Palocci também afirmou ao juiz Sergio Moro que “ninguém dá dinheiro para campanha esperando relações triviais com o governo” e que Lula tinha um “pacto de sangue” com Emilio Odebrecht que envolvia um “pacote de propina”. As propinas foram pagas pela Odebrecht para agentes públicos “em forma de doação de campanha, em forma de benefícios pessoais, de caixa um, caixa dois”. Palocci relatou, ainda, como era o loteamento de cargos na Petrobras e a sua utilização pelo governo do PT na prática de crimes.

 

Notadamente corrupto

Em um dos trechos da delação, Palocci fala da influência do federal mineiro Fernando Diniz, então líder do PMDB, na diretoria Internacional. Em seu depoimento disse que o parlamentar era notadamente corrupto. Conta ainda como, com o apoio de Henrique Alves, Eduardo Cunha e Michel Temer, o MDB conseguiu convencer Lula a nomear Jorge Zelada para a diretoria Internacional Com ele ocupando a diretoria, foi celebrado um contrato com a Odebrecht, com larga margem de propina.

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