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Blog do PCO

Aprovar reformas fica mais difícil e mais caro

Na sexta-feira Bolsonaro, e todos os governadores, iniciam a segunda metade de seus mandatos. Na política há uma verdade incontestável: reformas devem ser feitas na primeira metade dos mandatos. Iniciada a segunda fase, os palanques começam a ser armados para as próximas eleições e aí tudo fica mais difícil, e no caso do Brasil, com seu jeito pouco ortodoxo de fazer política, bem mais caro. Bolsonaro que se elegeu com um discurso de moralidade, de independência, já se rendeu à realidade de nossa política. Aqui, quando se fala em negociação, não se fala em busca de consenso em torno de projetos, de ideias. Negociação aqui é negociação mesmo, com preços – travestidos em emendas ou cargos- sem o que não se consegue aprovar nada. Nos primeiros dois anos de mandato ainda é possível, com alguma liderança, aprovar medidas impopulares em parceria com os parlamentares. Contam com a memória fraca do eleitor, mas, na medida em que as eleições se aproximam, estas votações vão ficando mais difíceis e o apoio a elas é até possível, mas dentro de um preço mais elevado. É o que Bolsonaro está pagando e com ágio especial por ter se lançado candidato à reeleição com tanta antecedência. 2021 começa na sexta-feira. E, infelizmente, não são boas as nossas perspectivas políticas. O presidente, e alguns governadores, os mais falantes, aqueles que prometeram o que, de antemão sabiam que não poderiam cumprir, entram o ano reféns de políticos inescrupulosos que, é bom que façamos mea culpa, chegaram lá por culpa nossa, eleitores descompromissados com o país. Difícil até saber quem é mais danoso ao país: os políticos de posição comprada, sem escrúpulos, ou o coronavírus que as doidivanas do populismo insistem em desconhecer. O que consola é saber que há vacinas para ambos. Contra o coronavírus ainda não temos data de aplicação. Contra as doidivanas, em 2022, nas urnas.

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