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Bolsonaro precisa repensar seu comportamento político

Faltam vinte dias para a disputa eleitoral em todos os municípios brasileiros. As pesquisas já dão as sinalizações dos resultados muito embora, como ensina a precavida sabedoria mineira, eleição e mineração só depois da apuração. Em alguns lugares este é só um excesso de cautela tal a diferença entre candidatos. Em outros, históricas reviravoltas podem acontecer como aliás, em Minas, ocorreram nas eleições passadas. Portanto, em Belo Horizonte, o candidato João Vitor pode levar a disputa para o segundo turno. O quadro atual, não desprezando possíveis mudanças, desenha uma derrota política do presidente Bolsonaro nas cidades de maior porte, como no eixo Belo Horizonte, São Paulo e Rio, onde os candidatos que abraçou, de forma mais ostensiva ou mesmo discreta, mostram altas rejeições, mesmo ainda ocupando posições de destaque nas pesquisas. E isto, normalmente, sinaliza derrota. Aliás, o presidente pode ser castigado nas urnas não apenas aqui entre nós. É que seu candidato ao governo dos Estados Unidos, Donald Trump, corre sérios riscos de derrota nas eleições do mês que vem, o que deverá trazer problemas de relacionamento entre os dois países. Isto sem contar que Bolsonaro fez a aposta errada nas eleições da Bolívia e teve que engolir a vitória do candidato apoiado por Evo Morales. Quais serão as consequências de tantos revezes, só o tempo dirá. E acreditem, o tempo já começa a ficar curto para o presidente. Uma campanha de reeleição começa bem antes e Bolsonaro, estimulados pelos sabujas e espertalhões que faz questão de manter a seu lado, tem feito muitas trapalhadas. Tem conversado demais até para um cidadão comum, que não tem a responsabilidade de comandar um país. Além disto, tem as complicações envolvendo sua família que ele tenta proteger de todas as formas, até mesmo sacrificando a credibilidade de suas reais intenções de moralização do país. Este comportamento do presidente, queiram ou não seus aliados, sinaliza fraqueza política que tenta esconder através de manifestações de braveza que soam deselegância. Contra o presidente há ainda a qualidade de seu ministério. Se deseja mesmo levar adiante a proposta da reeleição, Bolsonaro precisa repensar-se. A começar por entender a lição de que eleições se ganha com exaltados, mas não é com eles que se leva adiante um governo. Precisa entender também que em 2018 venceu as eleições por ser candidato do contra. Agora é candidato de suas propostas. Para isto precisa realizar alguma. E dependendo do que vier das urnas, realizar promessas impopulares, como são todas as reformas, será cada ainda mais difícil. Que o presidente Bolsonaro lembre que eleições municipais atingem diretamente as bases dos deputados que, muitas vezes, dependem de apoio dos prefeitos para se reeleger. É esperar o recado das urnas para saber quantos vão permanecer ao lado do presidente. Por enquanto só resta a ele fechar a boca e esperar. Se quiser adiantar algo, comece logo a equacionar a questão do auxílio emergencial. Ele pode decidir eleição.

 

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