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Blog do PCO

Bom senso e calma

Muita calma nesta hora, uma frase tida pelos antigos políticos- e que acabou virando título de uma comédia do cinema brasileiro- é o que se recomenda nesta hora. A frase, com características de conselho, era repetida a exaustão, especialmente quando eram incômodos os odores do radicalismo exacerbado, exatamente como o que sentimos neste momento brasileiro. E é recomendável aos dois lados que tenham bom senso e calma. O momento, reconheçamos, é grave. Há fortes evidências de que ainda não vencemos a crise política, construída e instalada pelo governo passado. Ainda há os que, por conveniência ou ignorância política, ainda defendem um golpe político, usando para isso a parcela militar que, extrapolando suas funções, conspiraram pelo golpe, contando, lógico com a passividade e corporativismo dos que, mesmo não aderindo, deixaram de agir em defesa da democracia. Como a situação permanece no mínimo estranha, é preciso calma. O que, lógico, não significa nos omitirmos. Deixarmos os fatos sem apurações completas e profundas e sem punição os que, criminosamente, tramaram contra nossa paz democrática. A divulgação das provas colhidas pela Polícia Federal ao longo de dois anos, especialmente o vídeo da reunião de Bolsonaro com seus ministros, não deixam dúvidas em relação a culpas e culpados. Mas não dá direito ao açodamento. É preciso que cada lado controle seus radicais e que tudo seja feito de acordo com a lei. Até por que, mesmo entre juristas reconhecidos e desvinculados dos grupos envolvidos na disputa, a questão é controvertida. Há os que defendem ter havido crimes- mais de um, com certeza- nas falas durante a reunião no palácio, e os que, mesmo considerando os fatos graves, não enxergam como enquadrar as falas na legislação penal. Esta divergência entre juristas, certamente, vai alimentar os radicais e gerar acusações de perseguições políticas. O açodamento em decisões- absolvições ou condenações- levará ainda ao acirramento da disputa entre os Poderes hoje bem distante da recomendável autonomia de cada um e a harmonia entre eles. Vivemos, sim, momentos difíceis. (foto/reprodução internet)

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