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Brasil, democracia e urnas

Paulo César de Oliveira
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O Painel Cenário Brasil abriu os eventos da tarde da 11ª Edição do Conexão Empresarial Anual. Antônio Imbassay, ex-governador da Bahia, intermediou o debate entre o governador de São Paulo, João Doria, e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Veloso. Segundo Imbassay, quando Doria foi candidato à prefeitura de São Paulo, com uma vitória improvável, venceu as prévias do PSDB e venceu as eleições a prefeitura de São Paulo. Depois foi eleito governador de São Paulo e após muitos projetos inovadores, conseguiu viabilizar a vacinação contra a Covid. Para Imbassay, Doria não deixou a política, apenas interrompeu.

Proteger o Brasil

João Doria fez uma defesa das urnas eletrônicas, que elegeram nas últimas duas décadas e meia presidentes, governadores, prefeitos, deputados e vereadores, sem comprovação de nenhuma fraude. Foram várias as solicitações de auditagem, sem que fosse encontrado qualquer indício que colocasse em dúvida o processo eleitoral. Doria disse que não faz o menor sentido as pessoas contestarem o processo eleitoral e isso não é uma questão técnica, mas política. ‘Temos que proteger o Brasil e a democracia”. Doria lembra dos tempos em que esteve no exílio, quando seu pai foi forçado a deixar o país devido a ditadura militar, e dos horrores que aconteceram nessa fase da política do país. A volta de um regime ditatorial é o pior retrocesso, segundo ele. “Neste momento, é obrigação de todos, defender a democracia. O movimento a favor da democracia foi o primeiro movimento sólido e é um momento de atenção”. Para ele, se tivermos cenas tristes no dia 7 de setembro, pode ser um prenúncio do que pode vir a acontecer após o resultado das eleições. “O maior risco é perder o direito à liberdade, o direito ao voto, amordaçar as Cortes Supremas do país e o Congresso, apoiando um governo que flerta com o autoritarismo. Será um desastre para o setor empresarial do micro ao grande empresário, sem falar nas populações mais vulneráveis”.

Sucesso é desaforo

O ex-ministro Carlos Veloso disse que João Doria é um político às vésperas de grandes realizações. “Mas, dizia Tom Jobim, o sucesso é desaforo”. Para Velloso, que foi quem implantou a urna eletrônica no país, no país são mais de 150 milhões de eleitores cadastrados. Ele questiona como seria o sistema bancário se não fosse a informatização o que seria das empresas aéreas? “Isso é o milagre da revolução dos computadores. Em 1974, Minas, que é o estado mais conservador da federação, tem a marca do pioneirismo. Ele disse que era presidente do TRE-MG, e mais dois desembargadores ouviram falar do computador. Na época, pensou em fazer a totalização pelo computador. Houve um atraso na totalização porque aconteceram problemas. Foi quando Itamar Franco ganhou para o Senado e a oposição teve uma vitória estrondosa.” Vinte anos depois ocorreu uma fraude terrível, com mapismo e falsificação de cédulas. Parte da apuração foi anulada. Foi quando entenderam que retirar a mão humana iria restaurar a lisura do resultado”. Em 1996, Velloso disse ter passado por um momento emocionante ao terminar de votar e ouvir de uma senhora e que tinha votado, sem saber ler ou escrever. O número de abstenções caiu vertiginosamente. “Tendo várias cabeças pensando com boa fé, temos bons resultados. O sistema é o mesmo, mas vem sendo aperfeiçoado há 26 anos”. (Foto: Carlos Mário Velloso, João Dória e Antônio-Ambassay)

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