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Corrupção no Brasil não é desvio. É comportamento padrão

O cientista político Bruno Pinheiro Wanderley Reis (foto), vê como ingenuidade, o entendimento da maioria da população de que a ação da Justiça, determinando a prisão dos corruptos, vá resolver a crise política que se instalou no país em 2014. Para ele, prender corruptos não significa extinguir a corrupção. “A leitura aí é que você prende os corruptos, e então vão ficar só os não-corruptos. Isso é conversa fiada, uma bobagem”, afirma. “É ingenuidade achar que a Lava Jato vai extinguir a corrupção”, acrescenta. Reis compara a corrupção aos vírus de computador – por mais que se criem antivírus, eles não vão ser capazes de extinguir todos os vírus existentes. “Você tem que combater corrupção, sim, é uma tarefa permanente do Estado, mas é mais ou menos como empresa de computação criando antivírus. Ela não vai conseguir extinguir os vírus. Ela vai fazer antivírus o tempo todo. Isso não tem um ponto de chegada”, exemplifica. Reis diz ainda, em entrevista à BBC Brasil, que o desafio do Brasil não é descobrir como se livrar de políticos corruptos, mas sim como proteger o político da corrupção ativa praticada pela sociedade. Para o professor da UFMG e pesquisador do estudo Dinheiro e Política: A Influência do Poder Econômico no Congresso Nacional, no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a corrupção na política brasileira “não é mais fator desviante, e sim comportamento padrão”

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