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Blog do PCO

Cuidado com o que o brasileiro anda flertando

Somos um povo com tendências de flertar com o totalitarismo, advertiu o presidente Temer, nas solenidades de comemoração da República. Passarmos boa parte de nossa história sob tutela de políticos centralizadores, quando não sob ditaduras mesmo. Curiosamente ditaduras com apoio popular e com políticas e políticos populistas. Isto nos permite dizer que não é bem do ditador que o povo gosta, mas do papel de “paizão dos pobres” que eles desempenham no governo. A este “paizão” se permite tudo, desde prender e arrebentar dos governos de Getúlio e dos militares, até a corrupção desenfreada dos governos Lula e Dilma, eleitos por uma legenda que tem enormes tendências ao totalitarismo, exercido em nome dos pobres. Se a tendência de que falou o presidente se materializar em 2018, podemos esperar a eleição de mais um salvador da pátria, como foi Collor na primeira disputa democrática após a transição de Tancredo e Sarney. Aliás, as eleições municipais do ano passado já apresentaram algumas figuras com este discurso de moralizadores não políticos, dispostos a salvar o povo da miséria e o país da corrupção. Não é um discurso diferente do que se começa a ouvir na campanha presidencial extemporânea, que a Justiça Eleitoral finge controlar. O risco deste discurso se consolidar não é pequeno. Cansado de tantos escândalos, o povo vai assimilando as promessas de rigor e de mão forte de um governante que se mostra disposto a agir até acima da lei. Na ausência do líder, alguém capaz de induzir e conduzir comportamentos, vão crescendo as figuras dos que prometem mudar pela força, impor o que consideram a vontade popular. O machão e paizão solitário que num passe de mágica, vai transformar o país. Coisa típica não apenas do brasileiro, mas da América Latina. O risco é de, apoiando o totalitarismo, nos transformarmos numa grande Venezuela.

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