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Cuidado, não se brinca com a saúde. A história tem exemplos

Paulo César de Oliveira
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Quem acompanha a histórica política do Brasil há mais tempo, ainda se lembra da voz grave do jornalista Antônio Brito lendo, com toda solenidade, os boletins médicos assinados pelos “professores doutores” do Hospital de Base de Brasília e do Instituto do Coração, em São Paulo. Era quase uma obsessão mostrar que o presidente eleito apresentava melhoras constantes e que, em pouco tempo, estaria de pé, na rampa do Planalto. Fotos e fotos eram divulgadas mostrando Tancredo sentado, em “franca recuperação”, recebendo carradas de visitas. Era importante para a transição mostrar um Tancredo pronto para, em poucos dias, sair do hospital e assumir suas funções. Ele já estava eleito. O episódio Tancredo mostra que a vaidade de alguns e a quase insanidade de outros, ávidos por dividendos que as visitas e as demonstrações de intimidade com o paciente e a situação propiciam, podem fazer muito mal a quem precisa de repouso e paz para recuperar a saúde. Prudência é o que se pede. Para que este “bando de gente” no quarto? Em tempo: no caso de Tancredo, sabia-se da gravidade do caso, mas se escondia. Como conhecia bem Tancredo, quando divulgaram uma foto dele de “robe de chambre” no apartamento do hospital, comentei com amigos que ele já devia “estar morto”, pois em nenhuma hipótese, em sã consciência, não apareceria daquele jeito. Aguardaram o dia 21 de abril para anunciar a sua morte. 

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