Bolsonaro (foto) vive o seu inferno astral com a aprovação, pela Câmara dos Deputados, da lei do abuso de autoridade, que fere o artigo 37 da Constituição Federal no que tange aos princípios da moralidade e impessoalidade. Sofre pressão de toda a sociedade civil bem-intencionada para que a vete, mantendo a coerência do que apregoou em sua campanha política. A lei, tal como aprovada, revela o caráter covarde de quantos a apoiaram. O descaramento da classe política ultrapassou qualquer limite e como se isso não bastasse, a Justiça segue o mesmo caminho com decisões monocráticas de seus membros que desafiam a inteligência e a vontade popular, afrontando até mesmo, súmulas de caráter vinculante.
Envolvimento
O descrédito nas instituições e, se confirmada, a falta de exemplo de quem governa, gera essa sensação onde a esperança é cada vez mais remota. Se o presidente não vetar essa lei esdrúxula, tal como preconcebida, a ilação que será feita é a de que toda a família Bolsonaro está envolvida, até o pescoço, nos desvios de dinheiro público, praticados através do Queiroz e outros milicianos criminosos do Rio de Janeiro. Isso é óbvio e ululante. Se vetá-la, certamente irá recuperar o capital político que está em queda constante e sua popularidade poderá voltar aos píncaros da glória. Vetar ou não vetar, eis o dilema.
