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Estamos em agosto

Estamos em agosto. Um mês que muitos consideram de maus presságios. Agosto, na história política brasileira, registra mortes trágicas, como o suicídio de Vargas, um misterioso acidente rodoviário que matou JK. Foi em agosto também que Jânio renunciou, num ato que para muitos foi uma fracassada tentativa de golpe, e que se confirmou o impeachment de Dilma. O que se espera é que, em 2020, agosto transcorra sem sobressaltos. É o máximo que podemos almejar, diante da certeza de que melhoras, pelo menos mais significativas, não acontecerão. Dizem que o pessimista é um chato. E eles são mesmo. Então deixemos de lado o pessimismo para sermos realista que, na prática, é o otimista com o pé atrás. Para nos prevenirmos vamos colocar os dois, até porque ainda estamos enfrentando a pandemia. Em relação a ela, alguns já dizem enxergar uma luz no fim do túnel, procurando demonstrar otimismo com a sua superação. Torcemos para que seja uma boa luz mesmo, não o farol de uma locomotiva desgovernada que uma corrente de cientistas chama de repique dos casos, o que já vem acontecendo em alguns países. Se consolidarmos a queda nos índices de transmissão da covid 19 este mês, já teremos conseguido uma grande vitória. Muito provavelmente, infelizmente, a única do ano. É que dificilmente vamos obter avanços significativos na economia nestes meses finais de 2020. O governo tenta vender uma imagem positiva da retomada da economia, mas sabe que, como admitem alguns membros da própria equipe econômica, que está sendo otimista além da conta. Não há espaço para grandes avanços econômicos e o crescimento do emprego. Não serão também as reformas, necessárias sim, que o governo tenta realizar que darão o impulso imediato à nossa economia. Elas terão efeitos benéficos na atração de investimentos, mas, internamente, seus efeitos serão, no mínimo a médio prazo. Antes de nos beneficiarmos com as propostas, vamos precisar de mais seriedade política. O Brasil da nova política, anunciada na disputa de 2018, nos dá a certeza de que vamos demorar, e muito, a superar nossas dificuldades. Afinal, a cabeça deles já está em 2022. E ninguém consegue governar no presente com o corpo e o pensamento no palanque do futuro. Mas não podemos desanimar. Começando por torcer para que este agosto, que está apenas começando, não confirme a fama que o mês, com razão, tem.

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