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Greve geral não impediu funcionamento do comércio

Paulo César de Oliveira
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A greve geral convocada pelas centrais sindicais contra as reformas propostas pelo governo Temer não parou o país como queriam os sindicalistas. Mesmo usando estratégias de paralisar os ônibus e o metrô, os trabalhadores, em Belo Horizonte e na maioria das cidades, deram um jeito de chegar aos seus locais de trabalho. Rodovias e ruas foram fechadas, pneus queimados foram jogados no meio das pistas para bloquear a passagem. Foram, no total, 60 atos em Belo Horizonte e em algumas cidades no interior do estado. Ainda assim, a presidente da CUT Minas, Beatriz Cerqueira acredita que esta foi a maior mobilização que fizeram até hoje, com a adesão de vários setores. Para a sindicalista, não tem como o presidente Michel temer e o Congresso ignorarem o que está acontecendo nas ruas. Apesar do entusiasmo da sindicalista o que houve, na prática foi a paralisação do sistema de transporte, impedindo o deslocamento dos trabalhadores que lotaram as estações.

 

Temer mantém reformas

O presidente da República Michel Temer(foto) acompanhou a movimentação dos grevistas pelo país do Palácio do Planalto e à noite divulgou nota. No texto, Temer minimiza os protestos e diz que as manifestações políticas convocadas para essa sexta-feira ocorreram livremente em todo país. “Houve a mais ampla garantia ao direito de expressão, mesmo nas menores aglomerações. Infelizmente, pequenos grupos bloquearam rodovias e avenidas para impedir o direito de ir e vir do cidadão, que acabou impossibilitado de chegar ao seu local de trabalho ou de transitar livremente. Fatos isolados de violência também foram registrados, como os lamentáveis e graves incidentes ocorridos no Rio de Janeiro”. Temer reafirmou o seu compromisso de modernização da legislação e disse acreditar “na força da unidade de nosso país para vencer a crise que herdamos e trazer o Brasil de volta aos trilhos do desenvolvimento social e do crescimento econômico”.

 

No Senado Federal sessão aberta com duas presenças

Pela contabilidade devidamente registrada, os senadores da República também aderiram à greve geral no país realizada nesta sexta-feira. Na sessão de debates marcada para a manhã de ontem, registraram presenças apenas a da senadora Ana Amélia (PP-RS), que abriu os trabalhos, e o senador Paulo Paim (PT-RS). No Plenário, Ana Amélia informou sobre o estado de saúde do presidente da Casa, Eunício Oliveira, e Paim, depois de saudar os funcionários presentes e que, portanto, não aderiram ao movimento, em seu discurso criticou a Reforma Trabalhista. A senadora Ana Amélia ainda usou do seu precioso tempo para dizer: “Estou trabalhando por minhas convicções”. Nada mais foi dito e a sessão foi encerrada por falta de quorum.

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