Blog do PCO

Juiz Moro: Dinheiro de corrupção parecia parcelamento de dívida

Paulo César de Oliveira
COMPARTILHE

O juiz federal Sergio Moro (foto), que julga os processos da Operação Lava Jato, escreveu na sentença que condenou, ontem (21), o ex-diretor da Petrobras Renato Duque e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que valores repassados a título de doações eleitorais ao Partido dos Trabalhadores, investigados nesse processo, “aparentam ser alguma espécie de parcelamento de uma dívida”. Para o juiz o caso envolveu uma sofisticação, com utilização de recursos criminosos para a realização de doações eleitorais registradas, conferindo uma aparência de lícito. “Analisando as doações, chama a atenção que, para alguns períodos, elas aparentam ser alguma espécie de parcelamento de uma dívida, como as doações mensais de R$ 60. 000,00 entre 06/2009 a 01/2010 ou entre 04/2010 a 07/2010, do que propriamente a realização de doações eleitorais espontâneas”, referindo-se a doações feitas por empresas controladas por Augusto Mendonça, ex executivo da Toyo Setal que confirmou a propina em delação premiada. Essa movimentação envolveu a quantia de R$ 4. 260. 000,00, ainda segundo Sérgio Moro, que condenou Duque e Vaccari por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa, a penas de respectivamente 20 anos e oito meses e 15 anos e quatro meses de reclusão. Da sentença ainda cabe recurso. Os dois estão presos no Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Também foram condenados os delatores Pedro Barusco (ex gerente da Petrobras), Augusto Mendonça (executivo da Toyo Setal), o doleiro Alberto Youssef, o operador Mario Góes e o lobista Júlio Camargo.

COMPARTILHE

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

News do PCO

Preencha seus dados e receba nossa news diariamente pelo seu e-mail.