Com um humor picante, que lhe é característico, o jornalista, âncora do jornal da Band, Ricardo Boechat (foto) não mediu as palavras durante um bate papo no Conexão Empresarial. Já no início da conversa ele disse: “O Joaquim Levy, que é ministro, não sabe o que vai acontecer com a economia, a Dilma, que é presidente, não tem a menor ideia do que vai acontecer com a política e eu é que vou falar sobre isso?”. Mesmo com todo o cenário de crise que o Brasil está vivenciando, o jornalista disse que discorda que o país está à beira de um precipício. “Não estamos vivendo patamar político no Brasil pior do que já vivemos. Já passamos por outras crises. A inflação pode chegar a 8% este ano? Previsão de 6% em 2016? Que chegue a 9%! Já vivemos uma inflação de 70% e sobrevivemos”, ressalta. Ele destaca que a grande diferença do passado para a atualidade é que as pessoas, agora estão mais conectadas e mais envolvidas com a política: “As mazelas são mais percebidas pela sociedade e repercutem rapidamente pelas redes sociais, como não ocorria no passado. A sobrevida da mentira é menor”, disse Boechat. O jornalista revelou que não exerce o voto desde 1989 como forma de protesto. Disse que o quadro político brasileiro, incluindo a presidente Dilma Rousseff e seus opositores, é de “baixíssima qualidade”. “O PMDB é o grande cacique político do Brasil. Mas, qual a ideologia política do PMDB? Nunca foi tão explícito o desejo do partido e sua coragem para afrontar o Executivo em busca do poder. A política brasileira está comandada por políticos de baixa, aliás de baixíssima qualidade”, criticou Boechat. O jornalista elogiou a liberdade que o Grupo da Band dá aos seus âncoras e revela que jamais foi abordado pela direção por algum comentário. Com relação à operação Lava-Jato, Boechat ressaltou que em nenhum outro momento os advogados foram tão derrotados como agora. “Em nenhum outro processo de corrupção produziu tanta ligação com o exterior, com empresas dispostas a contribuir com as investigações. Existe um Brasil de antes e outro de depois da Lava-jato”, destaca Boechat.