O ministro Joaquim Levy (foto) vai se consolidando como principal nome do Governo Dilma. Sem meias palavras, o que às vezes é bom, mas pode ser ruim também, ele tem se mostrado um bom negociador político, apesar de não do ramo. Ontem foi a sua credibilidade, conquistada pela sinceridade no trato das questões da economia, que tirou o governo de um grande enfrentamento com o Congresso, que poderia custar muito caro para o país. O adiamento da votação do projeto que obrigaria o Governo Federal a mudar o indexador da dívida dos estados, o que teria um impacto de R$ 3 bilhões nas contas da União, foi vitória pessoal do ministro. Durante sete horas ele esteve no Senado, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos mostrando, abertamente, o quadro da economia nacional. Ele foi direto ao ponto, dizendo que há risco do país perder o “grau de investimento” dado pelas agências internacionais de avaliação de risco. Se isto acontecer, advertiu, será um desastre para o Brasil, inclusive, e talvez especialmente, para os trabalhadores que perderiam seus empregos. Para que isto não aconteça, o governo precisa aprovar as propostas de ajuste que enviou ao Legislativo e evitar sangrias de recursos, como ocorreria com a mudança dos indexadores. Conseguiu convencer. Tanto melhor para o governo e para todos nós. Agora só falta o Congresso entender que não se faz omelete sem quebrar os ovos. Os ajustes são duros? São, mas sem eles, qual será a solução? Se alguém souber, avise o ministro Levy.
Levy, ao que parece, conseguiu
