As vaias aos líderes petistas nas ruas têm abalado o ego do ex-presidente Lula (foto). Acostumado aos afagos dos aliados, Lula, assim como a presidente Dilma e muitos ministros do governo petista, não saem às ruas sem ouvir vaias, buzinaço e um muitos desaforos, desde que as investigações da Lava Jato expuseram um forte esquema de corrupção na Petrobras. Para Lula, no entanto, essa indignação da população é traduzida como ”um momento de irracionalidade da sociedade brasileira”. Falando para uma plateia de militantes e simpatizantes petistas, em um evento promovido, pelo Instituto Lula, em São Bernardo, o ex-presidente convocou os presentes a “pelejar” contra os que ameaçam a democracia. Tripudiou das manifestações ao falar do panelaço ao dizer que “ as pessoas baterem panela quando tem pronunciamento nosso é um ato democrático. Não incomoda ninguém, não atrapalha tanto. O problema é que a empregada depois vai lavar a panela e aí é difícil. Se estiver amassada vai ser complicado” Para concluir as críticas afirmou que “tem gente indo para a rua defender o fim da democracia”. Em um momento raro de autocrítica, disse à militância que ”temos que levar em conta que cometemos erros. Temos defeitos. Mas ninguém fez mais do que nós fizemos por esse país”. Que o diga a Petrobras, os milhões de desempregados e empresários que tiveram que fechar seus negócios, ou o orçamento com um rombo de R$ 30 bilhões de reais.
Haddad não chega
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, PT, não compareceu ao evento convocado pelo líder maior dos petistas, fato que provocou mais uma tirada irônica do ex-presidente Lula. A ausência de Haddad, segundo Lula, foi porque ele se locomovia a 50km por hora, velocidade máxima implementada em algumas vias da cidade, ou por estar de bicicleta, numa crítica indireta às ciclovias, um dos projetos mais polêmicos da atual administração.