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Lula já não esconde seus problemas com Dilma. Pior para o país

O desabafo do ex-presidente Lula, feito em encontro com religiosos em seu instituto, em São Paulo, veio carregado de mágoas e de demonstrações de profunda discordância com os métodos políticos da presidente. Segundo Lula, ele e a presidente estão, politicamente, no “volume morto”, enquanto o PT está “abaixo do volume morto”. O ex-presidente revelou aos religiosos que o partido realizou recentemente uma pesquisa que mostra o governo, a presidente Dilma e ele, Lula (foto), com aprovação de apenas 7%. No ABC paulista, onde o partido nasceu e se consolidou, 75% da população rejeita a legenda. Lula culpa a presidente por esta situação, acusando-a de não buscar o diálogo com o povo, de ter se afastado das ruas, usando apenas a televisão para falar ao povo. Para ele, o governo Dilma é composto por “mudos” pois ninguém fala nada, ninguém reage. Apenas os ministros não petistas, segundo ele, estão viajando pelo país. Os petistas estão calados. O líder dos petistas acredita que o partido precisa tratar os escândalos como assunto políticos, abandonando as discussões jurídicas das denúncias, insinuando que neste campo há pouco a ser feito. Para ele, foi por ter tratado o “mensalão” como um assunto “jurídico” e não “político”, que o partido saiu derrotado no episódio. Lula admitiu também que a presidente mentiu na campanha eleitoral, quando prometeu não mexer em direitos dos trabalhadores. Para ele, “a vaca tossiu”, numa alusão à declaração da presidente de que “nem que a vaca tussa”, ela mexeria em direitos trabalhistas. Criticou ainda o ajuste econômica afirmando que “ajuste” não pode ser programa de governo, como vem sendo tratado por Dilma O desabafo de Lula, publicado na edição de ontem do jornal O Globo, em falas integrais do ex-presidente, mais o tom de suas queixas contra “a inércia do governo”, feitas em conversas com aliados, mostram que a crise interna do PT vai se aprofundando e, propositalmente, sendo tornada pública. Ruim para a legenda e péssimo para o país que, vivendo uma enorme crise econômica, dispensa o desacerto político na base de governo. Vencer a crise na economia, dentro de um grande imbróglio político não é apenas difícil. É impossível.

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