O ex-presidente Lula terá que comparecer aos depoimentos das 87 testemunhas que sua defesa arrolou no processo criminal da Lava Jato. Mesmo considerando “bastante exagerado” o número de testemunhas indicadas pelos advogados de defesa, como forma de adiar ao máximo o andamento do processo, o juiz Sérgio Moro decidiu aceitar todas elas. Em seu despacho afirmou que “será exigida a presença do acusado Luiz Inácio Lula da Silva nas audiências nas quais serão ouvidas as testemunhas arroladas por sua própria Defesa, a fim prevenir a insistência na oitiva de testemunhas irrelevantes, impertinentes ou que poderiam ser substituídas, sem prejuízos, por provas emprestadas”. Moro justificou sua decisão de aceitar a extensa lista de testemunhas como uma forma de evitar reclamações posteriores de cerceamento de defesa. Lula presta depoimento neste processo, no fórum de Curitiba, no dia 3 de maio.
Lula foge dos protestos
Ontem o Instituto Lula divulgou a informação de que o ex-presidente desistiu de participar da solenidade de entrega da Medalha da Inconfidência. Ele seria o orador oficial da cerimônia, a convite do governador Fernando Pimentel. Segundo o instituto, a desistência de Lula não tem qualquer relação com a divulgação dos depoimentos dos delatores da Odebrecht, que indicam ser o ex-presidente um dos principais beneficiários do esquema de corrupção. Para o instituto, a decisão tinha sido anterior à quebra do sigilo dos depoimentos. A assessoria de Lula não informou, porém, porque a desistência não foi anunciada imediatamente. Entre os petistas mais moderados, a vinda de Lula a Ouro Preto era considerada de alto risco pelos protestos que poderia gerar. A direção nacional do partido, no entanto, pensava diferente e chegou a colocar o evento como um dos marcos do lançamento da candidatura do ex presidente em 2018.