O retrato do enfraquecimento dos sindicatos nos estados pode ser observado nas manifestações de ontem do Dia do Trabalhador. Em Minas Gerais, a principal atividade para marcar a data foi a 43ª Missa do Trabalhador, em Contagem., celebrada pelo bispo auxiliar Dom Otacílio Ferreira de Lacerda. Sindicatos de várias categorias participaram da cerimônia, muitos agradecendo por ter emprego e outros, aproveitaram para rezar por um trabalho. As manifestações mais fortes aconteceram em São Paulo, com o movimento conjunto das 10 maiores centrais sindicais.
Era para ser um ato político
As centrais sindicais pretendiam tornar as comemorações do Dia do Trabalho em um grande ato político unindo os partidos de esquerda e outras forças políticas alinhadas com a Força Sindical contra a reforma da Previdência. Mas a estratégia não deu certo. Os ex candidatos à presidência da República, o petista Fernando Haddad (foto) e Guilherme Boulos do PSOL fizeram discursos inflamados, mas sentiram a ausência de Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede). Segundo o presidente do PDT, Carlos Lupi, Ciro Gomes não achou oportuno participar do ato promovido pelas centrais sindicais porque poderia parecer atividade eleitoral. Pois é, essa era a ideia e mais uma vez Ciro frustra o PT e nunca antes na história desse país a esquerda esteve tão desunida.