O contexto de enorme adversidade deve nortear o momento político, segundo a prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão (foto), que disse que as reformas estruturantes parecem ser a pauta constante da política brasileira. Revisão da reforma trabalhista é um desejo a se enfrentado, mas é imprescindível a reforma tributária, que está travada. Para enfrentar essa obstrução, a prefeita decidiu fazer um elogio à democracia. “A crise da democracia é um dado mundial. Temos questões nos Estados Unidos, na Itália e estamos com dificuldades na Inglaterra”. No Brasil estamos, segundo ela, dentro de um quadro de muita instabilidade, que deve ser enfrentado de forma competente. Margarida Salomão fez uma referência a importância da carta em favor da democracia, lida na quinta-feira, na USP e que conta com mais de um milhão de assinaturas. Os empresários, segundo ela, também se manifestaram e uma pesquisa mostra que para eles a democracia é imprescindível.
Como prefeita, ela disse que os problemas dos cidadãos batem à sua porta. Por isso a defesa de um ambiente em que todos possam conversar de forma civilizada, desarmada, para se ter uma política de longo prazo. “Discutir as suas ideias e as ideias dos outros é fundamental, porque estamos passando por um momento muito grave, com questionamento de instituições consolidadas. O debate começou com o exercício excessivo da Justiça. Não podemos sumir com o Ministério Público. Antes de tudo, precisamos, para discutir a eficácia do Estado, discutir a sua democratização. A discussão do Estado é muito importante. Estado e democracia se opõem. O Estado é sempre o monopólio”. Margarida Salomão pondera que a máquina do Estado muitas vezes se sobrepõe à vontade popular e a relação do empresário com o Estado é complicada e conflitante. O mesmo acontece em relação a política. Por isso, ela entende que temos que ter a capacidade de discutir, debater. O mundo está vivendo um grande tsunami. “Só com o convício democrático e o diálogo podemos avançar”, encerrou a prefeita. (Foto Tião Mourão)