A tal da “nova política”, que saiu das urnas no ano passado, de nova não tem nada. Com menos de dois meses nossos políticos cuidaram de desmistificar esta “nova política” com atos concretos e o toma-lá-dá-cá continua vivo. O que de novo as urnas fizerem emergir foram os deslumbrados e os boquirrotos o que, covenhamos, nem chegam a ser tão inéditos. Eles sempre existiram. Na Assembleia de Minas há pelo menos três exemplos perfeitos e acabados do deslumbramento. Um o Coronel Sandro, eleito pelo PSL, que foi à solenidade após ser eleito vestindo a farda da Polícia Militar à qual já não pertencia mais. O deputado Cleitinho, do PPS, é outro exemplo de que nem sempre o novo é bom. Logo que foi empossado pediu à Mesa autorização para instalar um chuveiro em seu gabinete onde pretendia residir. Cantor e compositor por profissão e político por oportunidade, já cantou uma de suas músicas no Plenário. Mas o exemplo permanente é a deputada Delegada Sheila (foto), também PSL, que colocou ao lado da porta de seu gabinete, uma foto segurando uma arma, encostada numa viatura, como se estivesse numa operação policial. Tão posada a foto que a deputada mais parece uma “patricinha”.
O exemplo no Congresso
Em seu primeiro mandato, o deputado federal pelo Ceará, Heitor Freire, do PSL, protocolou na semana passada, requerimento sugerindo ao presidente Bolsonaro, a criação da “Secretaria Especial de Desesquerdização da Administração Pública”. No texto o parlamentar, cita o “aparelhamento gradual do Estado realizado por militantes de esquerda e seus sindicalistas”, além de consequências como “o rombo escancarado dos cofres públicos” e o caos desde a economia até a “nossa juventude, envenenada pelo comunismo e pela famigerada ideologia de gênero”. Espera-se, para breve, a apresentação da proposta de criação da Secretaria Especial de Direitozação do país”.