O general Hamilton Mourão, pelo visto, pretende mesmo cumprir o que disse na campanha presidencial: que não seria um vice decorativo. Sua estreia como presidente da República chegou a merecer elogios de diplomatas estrangeiros. No seu primeiro dia de presidente, Mourão, cuja interinidade vai até sexta-feira, mostrou-se bem-humorado, brincou com jornalistas, e chegou a surpreender ao defender que o tempo de serviço do militar deve aumentar e que é favorável ao recolhimento da contribuição de 11% sobre a pensão recebida por viúvas de militares. Sua agenda marcava sete audiências no dia, duas delas com os embaixadores da Alemanha, Georg Witschel, e Tailândia, Susarak Suparat, com quem tratou de questões climáticas e reformas. Bem impressionado, o embaixador alemão deixou a audiência afirmando: “É uma voz moderada”.
Copiando os petistas
Já vivendo sua interinidade, o General Mourão comentou com jornalistas os episódios envolvendo o senador eleito Flávio Bolsonaro, filho do presidente. Para o general, o problema de Flávio e o sobrenome. Se fosse Silva, por exemplo, as denúncias não teriam tanta repercussão. Pode ser, mas a explicação não foi muito criativa. É que os petistas diziam o mesmo quando surgiram as acusações contra Fábio Luis e Luis Cláudio, ambos Lula da Silva, de enriquecimento ilícito e corrupção durante o governo de Lula, pai de ambos.